Portugal, Espanha, Holanda, Reino Unido e EUA são alguns dos países que se têm debatido com problemas nos aeroportos, com filas longas, voos cancelados e muito desespero entre os passageiros. É um problema global que não vai resolver-se tão cedo como se desejaria.
O caos no aeroporto de Lisboa tem sido associado à necessidade já detectada há muito de um novo aeroporto na capital portuguesa. Mas essa necessidade já reconhecida não é o único problema, já que estamos perante um caos global.
No último fim-de-semana, nas vésperas do 4 de Julho nos EUA, os aeroportos do país tiveram as maiores filas desde o fim de 2019, com milhares de passageiros confrontados com voos cancelados e atrasos desesperantes.
Só no dia 2 de Julho, houve 607 voos cancelados nos aeroportos norte-americanos, segundo o site de monitoização Flightaware. Nesta terça-feira, os cancelamentos ficaram-se pelos 581 voos nos EUA.
Thousands of flights delayed and canceled on busy July 4th travel weekend https://t.co/JK9xqXdeWc. #flightcancellations pic.twitter.com/kAwIfBSkhk
— Laura Lucio (@lauralucio) July 4, 2022
A nível global, houve 2.424 voos cancelados e 23.544 com atrasos, na terça-feira, de acordo com a referida publicação. Nesta quarta-feira, o total de cancelamentos já vai em 1.572, ainda segundo o Flightaware.
Como é que chegamos a este caos nos aeroportos?
Aeroportos de todo o mundo estão a ter dificuldades com diversos problemas que não eram tão marcantes antes da pandemia. O aumento da procura por viagens, após muitas pessoas se virem impedidas de viajar durante a pandemia de covid-19, veio colocar essas dificuldades em evidência.
Só nos EUA, na passada sexta-feira, véspera do fim-de-semana prolongado do 4 de Julho, ultrapassou-se um recorde de passageiros nos aeroportos do país, com 2,49 milhões de viajantes, segundo dados da Administração de Segurança dos Transportes (TSA na sigla original em Inglês) citados pela comunicação social norte-americana.
A par deste aumento de procura, têm surgido vários problemas relacionados com a falta de pessoal.
Depois da pandemia, a falta de trabalhadores é um cenário global e persistente em vários sectores de actividade. Na aviação, é particularmente relevante, sobretudo porque está a afectar áreas essenciais relacionadas com a segurança, por exemplo.
Nos EUA, a Administração Federal da Aviação enfrenta uma falta de controladores de tráfego aéreo, de acordo com dados avançados pela CNN.
Já o Reino Unido tem tido dificuldades em contratar trabalhadores da União Europeia depois da consumação do Brexit.
O caos no aeroporto de Amesterdão também tem sido uma constante nos últimos tempos devido à falta funcionários no aeroporto de Schiphol.
hope this chaos won’t become the new trend of this summer 😵✈️❌⛔️
unbelievable situation at @Schiphol airport #schipholairport #Amsterdam #EAU22 #flightcancellations @KLM pic.twitter.com/Q0UdCg1NBT— Francesco Ripa (@f_ripa) July 3, 2022
Mas a par da falta de recursos humanos, tem havido greves em vários aeroportos convocadas por Sindicatos descontentes com as condições de trabalho e com os baixos salários.
Os trabalhadores da Ryanair têm protestado em países como Portugal, Espanha, França, Bélgica e Itália.
Em Espanha, também os trabalhadores da Easyjet têm feito greve, queixando-se de terem piores condições de trabalho do que os seus colegas de empresa noutros países.
No Reino Unido, alguns trabalhadores em greve queixam-se dos cortes salariais que foram impostos durante a pandemia e que continuam.
Quando é que os problemas vão acabar?
O pior de tudo é que os problemas devem continuar durante todo o Verão, o que afectará as férias de muitos passageiros. E só se esperam melhorias lá para o Inverno.
Em Portugal, o Governo já apresentou um plano de contingência para evitar bloqueios nos atendimentos dos aeroportos, anunciando um reforço de recursos humanos com a contratação de mais 238 operacionais.
Noutros países, os Governos têm tomado medidas com vista à regularização da situação, nomeadamente quanto ao uso das slots de voo que são atribuídas a cada companhia aérea. Alguns aeroportos já anunciaram a redução dessas slots neste Verão, o que levará a uma redução do número de voos.
Enquanto isso, questiona-se porque é que todos estes problemas não foram antecipados e resolvidos antes de ocorrerem – e há muitas acusações aos Governos de cada país.
Toda a gente esperava que a procura por viagens aumentasse, com o abrandar da pandemia – e países como Portugal, Espanha e Itália, que contam muito com o turismo para as suas contas públicas, até o desejavam.
Mas, na verdade, essa procura só veio pôr a nu problemas que já se vinham arrastando e que não podem ser resolvidos num estalar de dedos – para desespero de quem precisa de viajar de avião nesta altura!
Não percebo nada de aeroportos mas por exemplo Lisboa se está com a capacidade lotada não se deveria restringir o n.º de voos e distribuir os voos pelo periodo de funcionamento do aeroporto?
Se a capacidade é de receber cerca de 800 a 1000 passageiros hora como se justifica haver picos de 5000 passageiros hora?
Parece-me que todos querem faturar sem olhar às condições disponibilizadas. A Ana Aeeroportos quer receber o maior n.º de voos posivel pois fatura em função disso, as companhias querem ter o maior n.º de voos possivel, etc… mas depois como todos só olham para o seu umbigo dá nisto…
até o governo tem culpa pois não tem afeto ao aeroporto o n.º de meios necessários como é o caso do SEF…
enfim. no final quem paga é o “povo” pois perde voos, perde ligações, passa dias de férias no aeroporto, etc… e quando se tenta reclamar ninguem tem culpa ou todos tem culpa logo as companhias aéreas não tem que indeminizar os seus clientes
Começou bem quando referiu “Não percebo nada de aeroportos…”.
Devia ter ficado por aí.
Caríssimo. Trata-se simplesmente de BURLA. Vender o que não tem para entrega. A primeira responsabilidade é do vendedor.
Não percebes de aeroportos e pior; comentas sem tentares perceber o que está a acontecer!…
Não tem a ver com a capacidade lotada (os aeroportos europeus (etc) não ficariam todos lotados ao mesmo tempo!), mas sim com a falta/diminuição de trabalhadores devido a pandemia.
Agora querem que metade dos trabalhadores (ou menos) façam o trabalho dos que foram dispensados/despedidos – e o resultado está à vista!!