Perante a ameaça da sexta vaga, quartas doses da vacina contra a covid-19 são aconselhadas pelo CEO da Pfizer

Declaração de Albert Borla surge numa altura em que a Europa assiste a um ressurgir dos casos de covid-19.

O anúncio francês surgiu no sábado, pela voz do primeiro-ministro Jean Castex, numa entrevista ao jornal Le Parisien. França passou a disponibilizar quartas doses da vacina contra a covid-19 para cidadãos com mais de 80 anos, que tinham recebido a sua dose de reforço há pelo menos três meses e que tenham sofrido uma progressiva perda de imunidade desde então.

A medida surge numa altura em que os casos de covid-19 aumentam em França e no resto da Europa — havendo já quem considere tratar-se de uma sexta vaga. No último fim-de-semana, quando foi feito o anúncio, o país registava 73 mil novos casos diários, uma subida considerável face à semana anterior (53 mil).

Esta tomada de posição por parte das autoridades francesas está em linha com a opinião de Albert Borla, CEO da Pfizer, que entende que caso a Europa e os Estados Unidos da América se deparem com uma nova vaga será necessária a administração de uma nova dose de reforço.

“Muitas variantes virão, e a Ómicron foi a primeira capaz de escapar de uma forma eficaz, à proteção que oferecemos”, disse o responsável. “A proteção que temos com a terceira dose é suficiente, na verdade é bastante boa, contra as hospitalizações e mortes.”

Albert Borla explicou ainda que a farmacêutica está a trabalhar na criação de uma vacina que “proteja não só contra todas as variantes, incluindo a Ómicron, mas também que consiga proteger as pessoas por pelo menos um ano“.

Em Portugal, pelo menos para já, as autoridades de saúde não veem a necessidade de avançar com uma quarta dose, nem mesmo para os mais idosos. A informação foi avançada ao Expresso por peritos da Comissão de Vacinação contra a covid-19, que garantiram não existir qualquer elemento na situação epidemiológica do país que justifique uma alteração da estratégia definida.

No entanto, ressalvam que todas as opções estão a ser consideradas. Por exemplo, a perda significativa da imunidade conferida pelas vacinas ou o aparecimento de uma nova variante capaz de “furar” das defesas conferidas pelas doses anteriores são fatores que podem alterar a avaliação feita atualmente. A dificuldade parece estar precisamente na avaliação da fragilidade imunológica — com estudos recentes a apontarem que a redução de anticorpos não pressupõe uma redução da imunidade celular.

ZAP //

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