Trabalhar quando se sente mais produtivo pode trazer muitas vantagens. Pelo menos assim acreditam as empresas que têm adotado o chronoworking.
Várias empresas de todo o mundo estão a aderir ao Chronoworking, modelo de trabalho que leva em conta o cronotipo do funcionário — noutras palavras, o seu ritmo biológico. A proposta é dar a liberdade de trabalhar no momento em que a pessoa se sente mais produtiva, podendo entrar na rotina laboral mais tarde ou mais cedo do que o padrão.
O modelo em si pode não ser novidade, mas ganhou esse nome graças à jornalista britânica Ellen C. Scott, que cunhou o termo em 2024, ao prever as tendências de trabalho do ano. A mudança, diz, faz parte da maior flexibilidade adotada pelas empresas desde a pandemia de covid-19, quando o teletrabalho e híbrido se tornaram mais comuns, além de uma maior valorização do bem-estar do trabalhador e da retenção de talentos.
Parte da inspiração do Chronoworking está nos trabalhadores que não só fazem teletrabalho, mas também moram noutros países — muitas vezes, noutros fusos horários (sistema conhecido como anywhere office, ou “escritório em qualquer lugar”).
Com isso, além de terem liberdade para viajar e trabalhar de qualquer lugar, os funcionários podem conjugar melhor a vida pessoal com a vida profissional, cuidando dos filhos e da saúde mental com mais eficiência, por exemplo.
Como o nome da modalidade já indica, tudo gira em torno do cronotipo do funcionário — há quem funcione melhor de manhã e quem funcione melhor à noite. Junto às pessoas que se encaixam em ambas as rotinas a depender do dia, formam-se os três cronotipos mais comuns.
É preciso considerar, no entanto, que mesmo que existam pessoas mais noturnas, o corpo humano é diurno, regulado por hormónios como cortisol (para a vigília) e melatonina (para o descanso). O que existem são variações, com propensões genéticas para funcionar melhor em horários diferentes.
De recordar é que as legislações têm de ser respeitadas: quem trabalha em horário noturno, após as 22h, precisa de receber extra por isso. Algumas empresas, por isso, limitam a escolha entre as 7h e 22h, por exemplo. Alguns trabalhos, como atendimento ao consumidor, também podem não funcionar bem no Chronoworking.
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