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Vitória em Lisboa dá novo fôlego a Rio. Rangel mantém tudo em aberto

ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

Os resultados eleitorais deste domingo, e sobretudo a vitória de Carlos Moedas em Lisboa, deram a Rui Rio novo fôlego enquanto líder e mais margem de manobra para lidar com os rivais internos.

Os resultados das eleições autárquicas deste domingo deram novo fôlego ao líder do PSD. Os sociais-democratas conseguiram distanciar-se dos mínimos históricos de 2017, assumindo a presidência de 113 municípios (mais 15), com a grande vitória a registar-se na capital, onde Carlos Moedas destronou o socialista Fernando Medina.

No discurso depois de saber este resultado, Rui Rio não quis falar do futuro à frente do partido, mas disse acreditar que o PSD está em muito melhores condições de ganhar as eleições em 2023. E com esta vitória, os seus críticos internos preferiram remeter-se ao silêncio.

Como escreve o semanário Expresso, neste momento, a vitória de Lisboa deu a Rui Rio o “poder de ser o maestro” e, por isso, é “ele que vai ditar a música”. Esta semana, avança o jornal, o líder do PSD vai reunir a comissão política e não deve tardar em marcar o Conselho Nacional, que deverá realizar-se em meados de outubro.

Para já, os sociais-democratas apontados à sucessão, como Paulo Rangel, Luís Montenegro, Jorge Moreira da Silva e Miguel Pinto Luz, ficam em stand by.

Num artigo de opinião no jornal Público, publicado nas primeiras horas desta terça-feira, Paulo Rangel afirma que “o tempo é agora de, saudavelmente e com os pés na terra, celebrar este momento político” mas também de fazer, “tão brevemente quanto possível, uma análise fina e detalhada dos resultados eleitorais em todas as suas dimensões”.

“O posicionamento estratégico e tático do PSD, a curto e a médio prazo, passa pela análise, pela digestão e pela compreensão destes resultados e das tendências que eles podem projetar. Este deve ser o debate que deve animar as semanas que aí vêm. Não é, pois, ainda o tempo da chamada clarificação interna nem do debate interno. Como bem disse o presidente do PSD, estamos ainda no perímetro do ciclo autárquico, das suas implicações e repercussões. A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades”, pode ler-se.

Miguel Pinto Luz, opositor de Rio nas diretas de janeiro de 2020, também lhe dá agora o benefício da dúvida, segundo o artigo de opinião publicado esta terça-feira no Jornal de Notícias. O social-democrata considera que “o PSD esteve à altura do desafio” e que entra agora “num ciclo de discussão interna”.

“Exige-se ao PSD um novo rumo, um novo caminho para Portugal. Este é o tempo da discussão, das ideias e dos projetos. Eu, por Portugal, digo como sempre: presente“, afirma.

Tal como Rangel, Jorge Moreira da Silva apenas falou, nas redes sociais, para dar os parabéns a Moedas e a todos os candidatos, mas sem felicitar o atual líder do partido.

“Parabéns ao Carlos Moedas por esta extraordinária vitória em Lisboa! Felicito todos os candidatos do PSD a nível nacional – tanto aqueles que venceram, e que terão agora a oportunidade de liderar os seus municípios e freguesias, como aqueles que, tendo ficado aquém do resultado desejado, honraram o Partido Social Democrata num combate por ideias e projetos de desenvolvimento sustentável”, pode ler-se na sua conta de Facebook.

Luís Filipe Menezes também se conteve nas críticas. Na mesma rede social, o ex-presidente da Câmara de Gaia escreveu que o resultado deste domingo foi “suficientemente bom para dar margem de manobra para uma reeleição” de Rio em janeiro e que deixou de haver “clima para falar de mudanças”, cita o JN.

“Na política, como no futebol, as vitórias acalmam as claques”, escreveu o ex-autarca, acrescentando que o “sucesso” do partido está sempre “em primeiro lugar”.

Ao jornal Público, Miguel Relvas, antigo número dois no Governo de Passos Coelho, considerou que “o PSD ganhou as eleições de forma clara”, mas lembra que “nada está decidido no partido” e “quem julga que são favas contadas está enganado”.

O PSD assume a presidência de 113 municípios, sendo que destes a vitória foi alcançada em listas próprias em 72 e em coligação em 41 (das quais 31 em aliança com o CDS).

ZAP //

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