Estrela de televisão vai supervisionar a cobertura dos cuidados de saúde prestados pelo governo de Trump a cerca de 140 milhões de americanos, incluindo quase metade de todas as crianças abrangidas pelo Medicaid.
Dava-nos conselhos de praticamente todos os ramos de saúde através do pequeno ecrã, e agora vai dirigir os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS), a agência federal responsável pela gestão da cobertura de saúde de quase metade dos americanos.
O cirurgião cardiotorácico Mehmet Oz foi eleito dirigente com 53 votos a favor e 45 contra, confirmou na quinta-feira o Senado dos EUA.
O Dr. Oz assume o cargo numa altura em que a administração nova dos EUA promete cortes, especialmente no que diz respeito ao Medicaid, que presta cuidados de saúde aos americanos com baixos rendimentos, fundos que deverão ser redirecionados para cobrir os custos das reformas fiscais da administração.
Oz é abertamente defensor do Medicare Advantage, uma alternativa privada ao Medicare tradicional que promove ainda hoje no seu programa “Dr. Oz”, que tem sido alvo de críticas devido a alegações de que as companhias de seguros cobraram ao governo dezenas de milhares de milhões de euros por ano. Mas há um “novo xerife na cidade”, garantiu Oz aos legisladores na sua audiência de confirmação, citado pelo The New York Times.
A reestruturação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos é liderada pelo Secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., e inclui aproximadamente 20 mil reduções de empregos através de demissões e saídas voluntárias.
A eleição de Oz é vista como arriscada. Só quando o senador Josh Hawley anunciou seu apoio no início desta semana é que Oz teve caminho livre. Antes, o senador opunha-se à sua seleção, nomeadamente devido ao apoio de Oz aos cuidados com os transexuais e ao direito ao aborto. Mas o Doutor mudou de opinião e opõe-se agora a ambos.
O envolvimento financeiro de Mehmet OZ com empresas de cuidados de saúde, incluindo participações no UnitedHealth Group e na Amazon, também preocupa. Dr. Oz comprometeu-se, em fevereiro, a desinvestir em mais de 70 empresas e a abandonar vários cargos de consultor. O total do seu património empresarial e familiar está estimado entre 90 e 335 milhões de dólares.
