A Comissão Europeia abriu, esta sexta-feira, uma investigação aprofundada à ajuda concedida pelo Governo à TAP, voltando a aprovar o auxílio de 1,2 mil milhões de euros à empresa, avançou o Jornal de Negócios.
A Comissão Europeia reaprovou, esta sexta-feira, o auxílio de emergência de 1.200 milhões de euros à TAP, mas decidiu também lançar uma investigação para avaliar se o auxílio de 3.200 milhões à reestruturação da companhia aérea respeita a legislação comunitária.
Em duas decisões separadas adotadas esta sexta-feira, o executivo comunitário, por um lado, ‘confirmou’ a validade do empréstimo de emergência de 1.200 milhões de euros, que já aprovara em 2020, mas que havia sido colocado em causa por um recente acórdão do Tribunal Geral, que — na sequência de uma queixa da Ryanair — anulou a decisão inicial da Comissão, pelo que este auxílio já pago à TAP “não terá de ser reembolsado”, apontou a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela política de concorrência.
Citada num comunicado divulgado pela Comissão, Vestager salienta, por outro lado, que “prosseguem os esforços para desenvolver um plano de reestruturação sólido que garanta a viabilidade da TAP a longo prazo sem necessidade de apoio estatal continuado”, pelo que, nesse contexto, Bruxelas deu “igualmente início a uma investigação sobre o auxílio à reestruturação notificado por Portugal”.
Em 10 de junho de 2021, Portugal notificou formalmente à Comissão Europeia um auxílio à reestruturação no valor de 3.200 milhões de euros, com o objetivo de financiar um plano de reestruturação do grupo através da TAP Air Portugal.
Bruxelas lançou esta sexta-feira uma investigação aprofundada “para avaliar melhor a conformidade do plano de reestruturação proposto e dos auxílios conexos com as condições previstas nas orientações relativas aos auxílios de emergência e à reestruturação, propondo-se designadamente analisar “se a TAP ou os operadores de mercado contribuem suficientemente para os custos de reestruturação, assegurando assim que o plano de reestruturação não depende em excesso do financiamento público e que, por conseguinte, o auxílio é proporcionado”.
A Comissão quer também determinar “se o plano de reestruturação está acompanhado de medidas adequadas para limitar as distorções da concorrência criadas pelos auxílios”.
“Vamos manter um diálogo construtivo com as autoridades portuguesas sobre esta questão”, declarou Vestager.
Segundo noticiou a TVI, a investigação deverá atrasar a aprovação do plano de reestruturação em andamento. As companhias aéreas concorrentes da TAP estão entre as audições que serão feitas pelo executivo europeu, que visam evitar um eventual chumbo do Tribunal Europeu a este apoio estatal.
De acordo com o ECO, o Governo quer que a Lufthansa entre para o capital da TAP, para desenvolver sinergias com a empresa portuguesa e ajudar a resolver o problema do plano de reestruturação.