Um responsável da Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse hoje não ter ainda conhecimento específico dos episódios de reações adversas à vacina da Janssen em Portugal, mas observou que desmaios e síncopes “não são invulgares” enquanto efeitos secundários.
Durante uma videoconferência de imprensa da EMA, e ao ser questionado sobre os casos de reações adversas entre vários utentes a quem foi administrada a vacina da Janssen no Centro de Vacinação Covid-19 de Mafra, o chefe de farmacovigilância da agência garantiu que estes casos serão analisados cuidadosamente, mas assinalou que “podem muito bem corresponder a um efeito secundário bem descrito”, de síncopes ou desmaios, sobretudo entre os jovens.
“Obviamente, acompanhamos de perto todas as novas informações de segurança relativamente a todas as vacinas. Não tenho conhecimento específico deste conjunto de eventos em Portugal, mas é claro que iremos analisar em pormenor”, começou por dizer Georgy Genov.
O responsável máximo de farmacovigilância da EMA ressalvou então que “não é invulgar, entre os jovens”, observarem-se episódios de síncope ou desmaio como efeitos secundários da vacinação.
“Por isso, pode muito bem corresponder a um efeito secundário bem descrito, mas é certamente algo que iremos analisar”, assegurou.
O Infarmed anunciou na quarta-feira que está a investigar a qualidade de vacinas da Janssen disponibilizadas no Centro de Vacinação Covid-19 de Mafra depois de utentes terem desmaiado após serem vacinados.
A autoridade nacional do medicamento explica que as medidas surgem “no seguimento dos casos de reações adversas (síncope), notificados com a vacina da Janssen, no centro de vacinação de Mafra”.
Segundo aquela autoridade de saúde, “não foram reportados, até à presente data, suspeitas de defeito de qualidade deste lote noutros centros de vacinação em que o mesmo está a ser utilizado”.
“O Infarmed decidiu dar início a um processo de investigação da qualidade das unidades remanescentes da vacina naquele local de vacinação, assim como suspender este lote até as devidas averiguações estarem concluídas”, anunciou.
Já hoje, a Task Force da vacinação em Portugal anunciou que a modalidade “casa aberta” para a vacinação foi suspensa devido à redução da disponibilidade de vacinas, na sequência da interrupção de um lote da marca Janssen.
“Tendo em conta a suspensão de um lote de vacinas da marca Janssen (…) e a consequente redução na disponibilidade de vacinas, foi decidido suspender, de imediato, a modalidade “casa aberta”, refere uma nota da Task Force da vacinação enviada às redações.
A Task Force do plano de vacinação salienta que a modalidade “casa aberta” será retomada “logo que possível”.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe