O ministro da Educação disse, esta terça-feira, partilhar a frustração das famílias e comunidades escolares pelo encerramento de escolas em cinco concelhos do Algarve, mas remeteu a responsabilidade da decisão para as autoridades de saúde regionais.
“Partilho a frustração das comunidades escolares, das famílias”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues, admitindo “algum desalento” por se fecharem escolas numa altura em que “uma parte significativa do resto da atividade económica [está] em funcionamento também na região do Algarve”.
Questionado pelos jornalistas sobre a decisão anunciada no domingo, de encerrar, até ao final do ano letivo, estabelecimentos de ensino em Faro, Loulé, Albufeira, Olhão e São Brás de Alportel, o ministro afirmou tratar-se de uma “responsabilidade das autoridades de saúde que assim o entenderam”, secundada pela Direção-Geral da Saúde, e que o Ministério da Educação “tem de cumprir”.
Nas Caldas da Rainha, onde falava à margem da inauguração de uma escola requalificada, o governante disse que o seu Ministério não foi consultado sobre a solução determinada pelas autoridades de saúde, mas que, quando informado, “prontamente respondeu para que as famílias pudessem ter esta resposta pedagógica, a resposta curricular e, por outro lado, continuar a trabalhar com aqueles que mais precisam, nomeadamente os alunos da ação social escolar”.
Segundo o governante, o Ministério da Educação agiu no sentido de pôr em funcionamento “o ensino à distância para os alunos do primeiro e do segundo ciclo” nos cinco concelhos algarvios, bem como criar condições nas escolas de acolhimento, nomeadamente, ao nível das refeições, como aconteceu “sempre que se ativou o ensino à distância”.
Sobre o facto de não terem sido encerradas escolas na área da grande Lisboa, onde o número de casos ativos de infeção pelo SARS-CoV-2 é igualmente elevado, o ministro lembrou que existe “um referencial com as autoridades de saúde, que foi feito pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e pela Direção-Geral da Saúde”, mas que, “se em determinado momento a Direção-Geral de Saúde entende que é necessário fechar um conjunto de estabelecimentos escolares não é o Ministério de Educação que rebate e que se impõe às autoridades de saúde”.
Apesar desta medida, os algarvios temem que mais restrições venham a caminho e que este verão seja ainda pior do que o do ano passado.
“O panorama não é positivo no turismo, os números de casos têm vindo a aumentar e, provavelmente, na próxima semana vamos ter de reduzir os horários com um prejuízo enorme para a economia. Vai ser um verão negro, muito pior do que no ano passado”, considerou o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, em declarações ao jornal Público.
ZAP // Lusa