A coordenadora do Bloco de Esquerda disse temer a austeridade que possa surgir após a prometida bazuca de fundos europeus e confessou estar “muito preocupada” com a TAP.
Em entrevista à TVI na noite de segunda-feira, Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, falou da bazuca de fundos europeus e comparou as promessas de Bruxelas e do Governo com a crise anterior, que acabou com medidas de austeridade.
“Nós já vimos o filme”, disse. “Acho que temos de ter o cuidado de ter uma discussão política franca, não vá alguém dizer daqui a dois anos que depois é preciso austeridade”, avisou Catarina Martins.
“Nós já vimos o filme em que se promete o que ainda não está decidido para depois se cobrar de uma forma ruinosa”, continuou.
O Bloco duvida das promessas de António Costa de que não haverá austeridade. “Ainda não há acordo. Neste momento, a bazuca europeia é, em grande medida, dinheiro do próximo quadro comunitário e de outros futuros, apresentado de outra forma”, alertou.
Questionada sobre a Cimeira Social que decorreu este fim de semana no Porto e que marca a presidência portuguesa da União Europeia (UE), classificada por António Costa como um momento histórico, a líder bloquista expressou a sua “profunda desilusão”.
“Estamos a brincar… As propostas sobre a despesa com desigualdades na pandemia não entrar nas metas do défice não passou, não ficou nada, e há zero sobre direitos do trabalho (nas plataformas digitais)”, atacou. “Achamos normal que haja 100 milhões de pobres enquanto damos prémios aos offshores desta vida. Continuamos a arrastar as metas com a barriga. É enganar as pessoas e isso está errado”.
“As regras da União Europeia não são uma lei da física, são uma construção política. Dizermos amén a tudo o que vem de fora como se fosse uma questão de ou existe Europa ou não existe Europa é uma falsa questão”, defendeu.
Já sobre a possibilidade do levantamento das patentes das vacinas contra a covid-19, Catarina Martins lembrou que o Papa Francisco e a administração de Joe Biden já pediram o mesmo. “Acho uma vergonha que a Europa não acompanhe o Papa, às autoridades de Saúde ou o que dizem os Estados Unidos. Se não fosse a quebra das patentes no caso do VIH/SIDA, não tinham sido possíveis os avanços”, criticou.
Já sobre a TAP, a bloquista considerou que que o Estado deve apoiar a sua “companhia de bandeira” e que esta deve “servir o interesse público”. Contudo, confessou-se “muito preocupada” com a TAP.
“Espero que seja muito menos do que os 5 mil milhões” o dinheiro de que a TAP vai precisar. “Mas não sei quanto tempo esta crise vai durar, seria péssimo fazermos de conta que sim. Se não se perceber bem quais são os interesses, qualquer tostão está a mais”, disse.
Em relação a Odemira, Catarina Martins recordou que o Bloco fez aprovar em 2019 uma lei do trabalho forçado “inspirada naquela situação”, mas apontou “problemas de fiscalização” e o facto de “toda a gente fechar os olhos”, com “cumplicidade de autoridades nacionais e locais”.
“Quem é que está a lucrar com aquilo? Aquelas pessoas são exploradas em nome do lucro de alguém”, atira, pedindo mais fiscalização efetiva. “Está toda a gente calada e este é um negócio feito à conta da exploração dos direitos humanos”, rematou.
Se “já vimos este filme”?? Claro minha senhora… O filme começou em 2015 e ainda não terminou. O filme no qual a Sra. Catarina faz de actriz no papel principal, mas representa tão mal… (já parece aquela música de Adelaide Ferreira…)
Um filme chamado Geringonça!!
Muito bem!