A ex-Procuradora-geral da República Joana Marques Vidal quer testemunhar por escrito no caso do roubo de armas dos paióis de Tancos.
Na próxima terça-feira, 23 de março, estava prevista a audição de Joana Marques Vidal, Procuradora-geral da República na altura do roubo, que entretanto terminou o mandato.
Contudo, de acordo com o semanário Expresso, Joana Marques Vidal, que retirou a investigação do assalto à Polícia Judiciária Militar e atribui-la à Polícia Judiciária civil, invocou a qualidade de procuradora-geral adjunta para fundamentar o pedido. Porém, o juiz ainda não tomou uma decisão.
Por outro lado, segundo o semanário, o pedido deverá ser aceite pelo Tribunal de Santarém, uma vez que a magistrada também depôs por escrito durante a fase de inquérito.
Joana Marques Vidal decidiu que o roubo seria investigado pela PJ civil – e não pela PJ Militar -, alto que nunca foi aceite por esta força, por isso, segundo a acusação, os seus mais altos responsáveis concordaram com a ação clandestina que permitiu o achamento do armamento e a sua recuperação.
Depois de o material ter sido recuperado, e depois de se ter percebido que o Ministério Público (MP) tinha sido deixado às escuras pela PJ Militar, Joana Marques Vidal telefonou ao diretor da PJM, o arguido Luís Vieira, manifestando o seu profundo desagrado.
“Fechaduras” não terá sido notificado pelo tribunal
O advogado de Paulo Lemos, conhecido como “Fechaduras”, garantiu que nem ele nem o seu cliente foram notificados pelo Tribunal de Santarém para comparecerem no julgamento sobre o roubo das armas de Tancos.
“Não fomos notificados, senão estaríamos em falta com o tribunal. Mas se viermos a ser contactados para comparecermos no tribunal, iremos sem problema, pois temos toda a disponibilidade para ajudar, como sempre“, disse, em declarações ao Expresso, Miguel Bom, que representa aquele informador, considerado uma testemunha-chave neste processo.
O advogado recordou ao Expresso que, há um ano, outro tribunal pediu-lhe para fazer “a ponte” com Paulo Lemos, no processo do roubo das pistolas Glock da PSP. “Desta vez ninguém me disse nada. Não fui contactado pelo tribunal“, assegurou.
A 8 de março, estava previsto na agenda do Tribunal de Santarém ouvir Paulo Lemos como testemunha. Porém, os serviços do tribunal não conseguiram notificá-lo para depor, por não se encontrar em qualquer das moradas conhecidas pelo tribunal.
A sua nova audição em julgamento ficou marcada para 15 de abril.
Paulo Lemos chegou a ser arguido no processo, mas terá demonstrado “arrependimento ativo” e colaborado nas investigações da PJ e do DCIAP. “Fechaduras” foi contactado pelo líder do assalto, João Paulino, para abrir as fechaduras dos paióis. Primeiro, aceitou a encomenda mas, depois, voltou atrás e acabou por ajudar os inspetores da unidade de contra-terrorismo da PJ a tentar apanhar os assaltantes.
A operação, contudo, foi um fracasso porque os homens de Paulino desconfiavam que “Fechaduras” era um informador da polícia.
O processo de Tancos tem 23 arguidos, dez arguidos respondem por associação criminosa, tráfico e mediação de armas e terrorismo, pelo alegado envolvimento no furto do armamento e os restantes 13, entre eles Azeredo Lopes, dois elementos da PJM e vários militares da GNR, sobre a manobra de encenação da recuperação do material ocorrida na região da Chamusca, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.
Volta Marques Vidal!
O que este país avançou no combate à corrupção e ao crime de colarinho branco enquanto foste PGR!
Bem sei que não dava jeito aos atuais governantes. Afinal, eles estão lá para se governarem.