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Maioria das pistolas Glock roubadas da PSP pode ter estado sempre com a polícia

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Luís Gaiba defende que a contagem do armamento não estava atualizada e que, por isso, a maioria das armas alegadamente desaparecidas pode nunca ter saído da posse da polícia.

O agente Luís Gaiba, suspeito do roubo de 55 pistolas Glock da sede nacional da Polícia de Segurança Pública, disse em tribunal que a maioria das armas pode nunca ter saído da posse da polícia. O agente argumenta que os seus superiores fizeram mal a contagem das armas.

Luís Gaiba era o responsável pelo armeiro da sede nacional da polícia em 2017, na altura do furto das pistolas. Foi nesta altura que um traficante de droga foi apanhado numa operação da PSP na possa de uma Glock com a inscrição “forças de segurança”. Gaiba fez um inventário do armamento juntamente com outro colega, sem nunca ter detetado nenhum desaparecimento.

Nas suas declarações em tribunal, o agente da PSP alertou para a falta de segurança do armeiro, que não tinha uma porta blindada nem videovigilância. Como tal, solicitou que fosse feita uma inspeção ao espaço. “Mais de seis meses depois foi feita e o resultado entregue ao diretor nacional, que disse a um superior hierárquico meu que era preciso esperar que houvesse orçamento”, disse, citado pelo Público.

Na altura do furto, a comissária Isabel Lobo ficou encarregue fazer um novo inventário do armeiro. No entanto, Luís Gaiba diz que ninguém sabe quantos pistolas faltam ao certo. Isto porque a última contagem das armas — armazenada em Excel — é relativa a 2015, não tendo atualizado desde então por alegada falta de tempo.

“O ficheiro Excel não tinha a lista total do material. Disse à comissária que aquela não era a melhor forma de fazer o levantamento, mas ela chegou a ser rude comigo. Mandou-me ficar calado e só falar quando me perguntasse alguma coisa”, explicou.

O arguido, que está detido preventivamente, contou ainda que Isabel Lobo tinha ordens para pedir aos agentes que tinham pistolas distribuídas para verificarem as suas armas. No entanto, Luís Gaiba diz que a sua superior, em muitas ocasiões, baseou-se naquilo que lhe foi dito por telemóvel pelos polícias.

“Esta segunda contagem não foi baseada na carga total”, defende. A seu ver, se a contagem tivesse sido feita de forma rigorosa, o número de pistolas desaparecidas podia não ser este — aliás, até podiam sobrar armas.

ZAP //

7 Comments

  1. Que a gestão do material nas intituições públicas seja uma bandalheira, é sabido e ressabido.
    Vá lá saber-se quanto material “desaparece”, à sombra desta gestão abandalhada.
    Não estou a defender o tipo, mas se calhar até pode ter razão.

    • É… ele é que era responsável pelas armas (que furtou!!) mas, os outros é que contaram mal…
      Sabe muito, o artista… e quando alguém diz que ele “até pode ter razão”, o objetivo dele está cumprido!..

      • É um bocaco com aquela teoria da abstenção. São os cadernos de eleitores que estão cheios de falecidos. A abstenção em Portugal praticamente nem existe.

  2. Por causa da incompetência das entidades “competentes” da PSP tive de trocar por três vezes os livretes das minhas armas de caça. Todas as vezes tive de pagar para isso. Embora possa haver (e há concerteza) gente competente na PSP, a instituição é pública, manifesta e repetidamente incompetente. A responsabilidade já não é só do Director Nacional.

    • A PSP é mais outro local mal frequentado. Meu irmão teve várias vezes o carro danificado por outrém e fomos à PSP para participar, resposta da PSP vá a outra esquadraque nós estamos ocupados. Estavam lá 6 marmanjos encostados ao balcão a ver se o dia passava.
      Por cima dos meus pais tem um marmanjo que faz barulho de madrugada e depois de vários telefonemas para a PSP a reclamar da situação, resposta da PSP, fale com o vizinho. Mexer o traseiro tá quieto.
      Quer mais exemplos?

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