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A escolha de Moedas para Lisboa (ou de como Marcelo puxou os cordelinhos no PSD)

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ppdpsd / Flickr

Rui Rio e Carlos Moedas

Rui Rio foi forçado a confirmar o nome de Carlos Moedas como candidato do PSD à Câmara de Lisboa depois de ter havido uma fuga de informação para a imprensa. E há quem especule que Marcelo Rebelo de Sousa pode estar por trás dela depois de se ter mexido nos bastidores em prol da candidatura de Moedas.

Marcelo Rebelo de Sousa meteu-se no processo, “como se mete em tudo”, e tem estado “inquieto e irrequieto” com as eleições autárquicas, revela à Rádio Renascença (RR) uma fonte conhecedora do processo.

“O Presidente teve conversas e fez telefonemas, mobilizando quem pôde para ajudar a convencer” Carlos Moedas a aceitar o desafio de liderar a candidatura do PSD à Câmara de Lisboa, sustenta a mesma fonte.

A RR salienta que, desde há muito, que Marcelo acredita que Moedas é “o futuro” do PSD e, portanto, o Presidente da República ter-se-á mobilizado para o colocar em lugar de destaque nas próximas autárquicas.

“A candidatura de Moedas à Câmara de Lisboa dá resposta a alguns anseios de Marcelo e de boa parte da direita e alivia a pressão sobre Rui Rio“, analisa ainda uma fonte citada pela mesma Rádio.

Marcelo precisa de um centro-direita melhor e para um Presidente é evidente que qualquer nome mais forte por parte do PSD o satisfaz”, destaca outra fonte ouvida pela RR.

PSD desafiou Portas, mas este recusou

A Renascença ainda apurou que o PSD convidou Paulo Portas para liderar uma candidatura de coligação com o CDS a Lisboa. O ex-líder dos populares ainda balançou, mas preferiu “reservar-se”, pelo menos para já, salienta a estação.

Aquando da confirmação de Moedas como candidato, Rui Rio reconheceu que “havia várias soluções possíveis”, mas também tratou de sublinhar que sempre acreditou que Moedas era “a melhor solução que o PSD tinha para apresentar aos cidadãos de Lisboa”.

“Esta ponderação estava a ser feita desde há algum tempo a esta parte”, disse ainda o presidente do PSD, admitindo contudo que “houve uma enorme pressão e uma enorme especulação” e que, por isso, o PSD resolveu “acelerar a decisão”.

Na verdade, terá havido uma fuga de informação da candidatura de Moedas para os media, o que precipitou Rio a confirmar o ex-comissário europeu como candidato do PSD.

Marcelo terá negado quaisquer responsabilidades pela fuga de informação e a Renascença admite que o facto de Moedas, que é administrador da Fundação Gulbenkian, ter perguntado à entidade empregadora se poderia manter o lugar caso perdesse as eleições, terá chegado aos jornalistas.

O ex-secretário de Estado de Passos Coelho e responsável pelas negociações com a Troika “teve umas semanas largas para pensar” e acabou por aceitar para “testar se é um político ou um técnico”, revela à Renascença uma pessoa que acompanhou Moedas no processo de decisão.

Certo é que se tiver um bom resultado eleitoral, Moedas até pode vir a sonhar com voos maiores e tornar-se uma ameaça à liderança de Rio no PSD.

ZAP //

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