Carlos Moedas está a tentar alargar a coligação PSD/CDS para construir uma frente de direita contra o socialista Fernando Medina, atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O Público avança esta terça-feira que Carlos Moedas, candidato do PSD e do CDS à Câmara de Lisboa, está a conversar com o Iniciativa Liberal (IL) e com o Aliança, de modo a incluir estes dois partidos na coligação PSD/CDS. As conversas podem ainda abranger o Partido Popular Monárquico (PPM) e o Movimento Partido da Terra (MPT).
De fora ficará o Chega, uma vez que o partido de André Ventura foi excluído do acordo de coligações autárquico que será assinado, nos próximos dias, entre o PSD e o CDS-PP.
João Cotrim Figueiredo e Carlos Moedas reuniram-se esta segunda-feira, mas, de acordo com uma nota divulgada no final da tarde, são poucas as conclusões conhecidas deste encontro: “Ficaram previstos novos contactos até se poder chegar a uma decisão sobre a disponibilidade do Iniciativa Liberal em integrar uma coligação.”
“Foi uma conversa franca em que se trocaram pontos de vista sobre as eleições autárquicas em Lisboa e onde se analisaram a existência de razões que pudessem levar o Iniciativa Liberal a considerar uma exceção à estratégia de apresentar candidaturas próprias nestas que são primeiras eleições autárquicas a que o partido concorre”, lê-se.
Cotrim de Figueiredo já se mostrou disponível para abdicar de ter uma candidatura em Lisboa. Em declarações ao semanário Expresso, disse que “Carlos Moedas tem uma costela liberal”, acrescentando: “Falta saber se pretende incluí-la no projecto para Lisboa”.
O Público refere ainda que, no caso do Aliança, há já encontros marcados.
Carlos Moedas conseguiu unir Rui Rio, os críticos internos e mereceu ainda o apoio do CDS. O nome para Lisboa parece consensual, com Rodrigues dos Santos a admitir que foi “uma notícia que recebemos com grande alegria e entusiasmo”.
IL quer PSD e CDS libertos de “hábitos socialistas”
O Iniciativa Liberal já avisou que não basta libertar a autarquia do PS, mas também que PSD e CDS deixem “hábitos socialistas”.
Numa posição oficial enviada no sábado à Lusa, os liberais referem que “depois da comunicação social ter anunciado a candidatura de Carlos Moedas”, este contactou o presidente do IL para agendar uma “primeira conversa para explorar eventuais pontos de convergência”, encontro esse que ficou marcado para o início da semana.
“Como sempre tem feito, o IL não subalterniza as suas ideias em prol de cargos ou ilusórios sucessos eleitorais. Não basta libertar Lisboa do socialismo do PS, é preciso também que PSD e CDS se libertem dos seus hábitos, muitas vezes também, socialistas”, avisa, segundo a mesma nota.
Os liberais reafirmam que a sua estratégia eleitoral autárquica passa por “apresentar candidaturas próprias”, motivo pelo qual as exceções implicam “uma análise ponderada” do partido.
“Essa análise passa pela verificação, em conjunto com o núcleo do IL de Lisboa, de eventuais pontos comuns a nível político e no plano programático que se insiram na defesa do projeto liberal do lL, numa perspetiva de longo prazo de que não abdicamos”, explica.
Nas últimas autárquicas, em 2017, PSD e CDS concorreram separados à Câmara de Lisboa, numas eleições ganhas pelo socialista Fernando Medina, que obteve 42% dos votos e perdeu a maioria absoluta na capital.
A então líder do CDS Assunção Cristas ficou em segundo lugar, com 20,6% (perto de 52 mil votos), numa candidatura apoiada também por MPT e PPM e que elegeu quatro vereadores.
Nessa eleição, o PSD teve como candidata a então deputada Teresa Leal Coelho, que ficou em terceiro lugar, com 11,2% (correspondentes a pouco mais de 28 mil votos), elegendo dois vereadores.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa