Governo quer rever norma da dádiva de sangue que exclui homossexuais

O Governo determinou, esta segunda-feira, a constituição de um grupo de trabalho para rever a norma que exclui dadores “por comportamento sexual”.

De acordo com o SAPO24, o Ministério da Saúde determinou a constituição de um grupo de trabalho para rever a norma n.º 009/2016 da DGS, que inclui os critérios de “Inclusão e Exclusão de Dadores por Comportamento Sexual”.

O grupo de trabalho é constituído por representantes da Direção-Geral da Saúde, do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e, a título consultivo, entidades da sociedade civil.

O Ministério da Saúde espera resultados dentro de uma semana.

A revisão da norma surge depois de ter sido notícia em janeiro a discriminação de homossexuais na dádiva de sangue.

A polémica surgiu na sequência do caso de um homem que denunciou ter sido discriminado quando tentou dar sangue no posto fixo de doação do IPST em Lisboa, depois de este organismo ter feito um apelo à dádiva.

Depois de três horas na fila e mais uma hora de espera na triagem, Bruno Gomes d’Almeida foi confrontado com várias questões que partiam do princípio de que teria parceiras. Quando fez questão de corrigir e assumir que tinha um parceiro, ouviu como resposta que “então não pode doar sangue” e que “homens que fazem sexo com homens não podem doar sangue”.

Confrontado o IPST, a resposta dada à Lusa foi que o instituto “não questiona a orientação sexual dos seus potenciais dadores” e que “todo e qualquer cidadão [pode] candidatar-se a dar sangue, sem quaisquer diferenças de género ou orientação sexual”.

ZAP //

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