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Vacina da Pfizer. Intervalo entre doses aumenta para 28 dias (e lista de prioritários vai incluir pessoas com trissomia-21)

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

O intervalo entre a toma das duas doses da vacina da Pfizer/BioNtech contra a covid-19 foi alargado de 21 para 28 dias, anunciou esta segunda-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

De acordo com o governante, acompanhado pela Diretora-geral da Saúde Graça Freitas e pelo Vice-Almirante Gouveia e Melo, a alteração do tempo de intervalo vai permitir intensificar o ritmo de vacinação e sublinhou o “amplo consenso técnico” em torno da revisão da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre esta vacina.

“Queremos dar nota de que foi hoje mesmo atualizada a norma 21 de 2020 da DGS, relativa à vacina da Pfizer, alargando de 21 para 28 dias o intervalo entre a toma da primeira e da segunda dose. É uma decisão com amplo consenso técnico da DGS e do Infarmed e que vai permitir a vacinação de mais 100 mil pessoas até ao final de março”, afirmou, numa conferência de imprensa realizada no Ministério da Saúde, em Lisboa.

António Lacerda Sales lembrou ainda que o país se encontra neste momento “acima da média da União Europeia, com 8.45 doses administradas por 100 habitantes”, sendo que a média da UE é de 7.35.

Além disso, “35% da população com 80 ou mais anos residente em Portugal continental já recebeu pelo menos mais uma dose de vacina contra a covid-19 e 9% já está imunizada com as duas doses de vacina”. Quanto aos profissionais de saúde, a percentagem dos vacinados com a primeira dose sobe para 70%.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde reiterou, no entanto, que o alargamento do intervalo entre doses vai “permitir a vacinação de mais 100 mil pessoas até ao final de março”.

Lista de prioritários alargada

Numa questão direcionada à diretora-geral da Saúde quanto ao alargamento das patologias que podem entrar na lista de prioridades da toma da vacina, como a trissomia 21, Graça Freitas confirmou que pessoas com essa condição vão ser prioritárias e que a equipa se encontra aberta a “analisar outros grupos que vão sendo propostos”.

“Questionados sobre se a trissomia 21 devia ou não ser incluída nos grupos prioritários, fomos fazer um estudo do impacto desta doença no internamento e na mortalidade, e tendo concluído que sim, que impacta, fizemos essa proposta à task force e ao gabinete do senhor Secretário de Estado e a proposta foi bem acolhida”, disse.

Graça Freitas adiantou também que a população a vacinar acima dos 16 anos será de 3.500 pessoas, sendo que outras 6 mil ainda não têm indicação para serem vacinadas face ao licenciamento das atuais vacinas apenas a partir de determinada idade: 16 anos para a vacina da Moderna e 18 anos para as vacinas da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca.

Portugal recebeu hoje mais de 100 mil doses

Portugal recebeu esta segunda-feira mais 101.790 doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19, com um total de 11.700 doses a serem distribuídas para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, adiantou fonte oficial do Ministério da Saúde.

Esta foi a única entrega de vacinas formalizada esta segunda-feira e reforça o conjunto de vacinas já recebido pelo país desde o final de dezembro acima do milhão de doses.

Em Portugal, morreram 16.317 pessoas dos 804.562 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa

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