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Há 100 dias, a direita tombou os 24 anos de poder socialista açoriano. OE2021 é a prova de fogo

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António Araújo / Lusa

O presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro

Há 100 dias, deu-se uma das maiores reviravoltas da política açoriana: José Manuel Bolieiro foi empossado presidente, o PS superou o PSD no sufrágio mas a maioria de direita no Parlamento uniu forças para pôr fim ao poder socialista na região.

Esta segunda-feira, o Público faz um balanço dos 100 dias de Governo regional açoriano e escreve que o primeiro grande teste que o Executivo teve em mãos foi a discussão do programa do Governo.

O programa era baseado em três acordos distintos: um firmado entre PSD, CDS, PPM, os partidos da coligação, válido para duas legislaturas; outro assinado entre a coligação e o Chega; e o terceiro firmado entre o PSD e a Iniciativa Liberal. No final, registaram-se 29 votos a favor e 28 contra (do PS, BE e PAN).

Além da extinção de várias empresas públicas – como a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA), a Azorina (sociedade de gestão ambiental) e a Sinaga (indústria de álcool e açúcar)- foi também divulgado, durante a discussão do programa, que a Comissão Europeia considera ilegais as injeções de capital realizadas na SATA, entre 2017-2020, pelo governo socialista.

Nessa altura, os socialistas acusaram o Governo de mentir, enquanto que o Executivo justificou que a decisão de Bruxelas tinha sido transmitida de forma oficiosa.

Passado o tumulto, o Governo procedeu à apresentação do plano de reestruturação da companhia aérea, que foi dado a conhecer a 11 de fevereiro.

Os primeiros dias do Executivo de direita basearam-se em cortar com a atuação do Governo anterior e uma das medidas para esse fim foi o cancelamento dos concursos públicos que tinham sido lançados pelo governo socialista para a elétrica regional (EDA).

Apesar dos esforços, há quem considere que não foi feito o suficiente. É o caso de Nuno Barata, deputado único da Iniciativa Liberal, um dos parceiros do Governo regional.

“Os açorianos têm de perceber que se está a fazer diferente e infelizmente o que se vai sentido na rua, nas redes sociais, é que já há algum desalento”, confessou numa entrevista recente à RTP-Açores, citada pelo Público. Nuno Barata acrescentou, inclusivamente, que a governação social-democrata já “indicia vícios de um passado recente”.

Os 100 dias não foram fáceis e provaram que a maioria de direita no parlamento regional não vai funcionar sempre como um bloco uno. Agora, o teste de fogo que o Governo tem pela frente é a discussão do Orçamento para 2021.

O Público avança que Bolieiro, além de assegurar o apoio dos parceiros, quer ser o mais inclusivo possível, nomeadamente com o PAN. Aliás, o próprio porta-voz do partido na região já mostrou publicamente a surpresa pela “disponibilidade total” do Governo dos Açores para ouvir as propostas do partido.

“Quisemos mesmo foi ver quais [são] as convergências que o PAN tem com o governo. Descobrimos que são mais do que aquilo que nós estávamos à espera“, disse Pedro Neves, deputado único do PAN nos Açores.

Liliana Malainho, ZAP //

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1 Comment

  1. “Governo de direita nos Açores irá custar 8 milhões a mais (em 4 anos) em cargos de nomeação política do que governo anterior. Ligações familiares também existem, avança Expresso.”
    Observador, 5-02-2021

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