A aprovação do Orçamento do Estado para 2021 na generalidade, que contou com o voto contra do Bloco de Esquerda e a abstenção do PCP, deixou o Governo mais dependente da apreciação final do documento pelos comunistas.
O documento foi esta quinta-feira aprovado na Assembleia da República, na generalidade, com os votos favoráveis do PS e as abstenções do PCP, PAN, PEV e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
O PSD, BE, CDS-PP e os deputados únicos do Chega, André Ventura, e da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, votaram contra o diploma do executivo.
Os sentidos de voto dos partidos parecem indicar o fim da geringonça, afastando eventuais entendimentos entre o Governo e o Bloco de Esquerda. Com a saída de cena do outro parceiro, o PCP ganha assim mais peso na aprovação final deste documento, mas já fez saber que a abstenção ou aprovação na votação final global não está garantida.
“A abstenção do PCP não é um ponto de chegada. É assumida com o objetivo de abrir a discussão que falta fazer, confrontando as necessidades do povo e do país com as medidas que lhes garantem resposta, apesar da sistemática recusa do Governo em lhes corresponder (…) O voto contra impediria essa possibilidade”, disse o líder parlamentar dos comunistas, João Oliveira, esta quarta-feira, no Parlamento.
Tal como escreve o Jornal de Negócios, o PCP parece aproveitar a saída do Bloco de Esquerda da equação para apertar o cerco ao Governo, insuflando o poder com o objetivo de ver incluídas ou melhoradas medidas na proposta de OE2021.
Também o semanário Expresso faz a mesma leitura da situação: após o voto contra do Bloco de Esquerda, o PCP deixou o Governo “preso por arames”, devendo procurar tirar ganhos futuros para este OE, que passa agora para a especialidade.
“Isto não é como começa, senhor ministro, é como acaba”, disse também no Parlamento Bruno Dias, deixando claro a António Costa que nada está garantido.
PEV e PAN também deixam avisos
À semelhança do PCP, PEV e PAN também aproveitaram o debate desta quarta-feira no Parlamento para deixar claro que a abstenção na generalidade, que permitiu que o documento passasse à especialidade, pode não corresponder ao voto final.
“[A abstenção] tem um propósito claro”, “dar mais uma oportunidade ao PS” para melhorar o documento e em nada “condiciona e em nada compromete” o voto final, disse o deputado do PEV José Luís Ferreira.
Também o PAN deixou o aviso: “Na especialidade, o PAN não se demitirá de fazer o seu trabalho . A partir de amanhã começará uma nova fase e saberemos o grau de compromisso do Governo”, disse Inês Sousa-Real, a líder parlamentar do PAN.
Feitas as contas, com o Bloco fora da equação – e com um difícil caminho para voltar a integrá-la – e com três abstenções que nada garantem sobre o voto final, o Governo de António Costa fica “na mãos” do PCP, que deverá aproveitar esta situação para conseguir contemplar no Orçamento algumas das suas bandeiras.
Nada está garantido para o Governo e com a saída do Bloco de Esquerda, o PCP ganha espaço para as próximas rondas negociais. O regresso da geringonça parece cada vez mais improvável, mas todos os partidos se comprometeram a dialogar na especialidade.
Vou ver se o PCP vai pedir para cortarem no aumento no Orçamento da Presidência da República duplica de 15,8 para 32,5 Milhões de Euros, Assembleia da República aumenta 47,6% passando para mais de 140 milhões, as entidades dependentes da A.R. a despesa triplica de 101,4% para 320,3 Milhões de Euros, o Conselho Superior da Magistratura duplica de 152,8 Milhões de Euros, para 309,3 Milhões de Euros, Tribunal Constitucional cujo orçamento passa de 8,9 para 18,8 Milhões de Euros, só aqui poupava-se muito dinheiro para a Saúde mas isso os políticos fogem disso como o Diabo foge da cruz.
Alguma vez os históricos do PS aceitariam estar na dependência do PCP ? Muitas voltas está a dar Mario Soares. Onde chegou este magnífico habilidoso político que, deve ao PCP o lugar de primeiro ministro.
Uma vaca só voa se tiver um impulso externo permanente que contrarie o somatório das forças que a atraem para a terra. Se falhar esse impulso, a vaca estatela-se com estrondo! É claro que enquanto dura o tal impulso externo, o ignaro até se convence que de facto as vacas podem voar. Nessa situação, o vigarista aproveita para tentar convencer todos que de facto a vaca pode voar. O pior é quando falha o tal impulso!
PCP E BLOCO Não aprenderam nada. Estiquem a corda e depois queixem-se.
Já esticaram quando votaram contra o PEC IV e viu-se o resultado: TROIKA.
O outro disse que vinha o diabo e infelizmente veio, não só para Portugal mas para o Mundo
PCP E BLOCO Pensem bem no que andam a fazer. Pensem no País e nos Portugueses