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Secretário de Estado diz que 70 lares em Portugal têm casos de covid-19

António Cotrim / Lusa

A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

Na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou que 70 lares de idosos têm casos de covid-19, com 542 utentes e 2017 funcionários com testes positivos.

O governante adiantou que este número equivale a menos de 3% do universo total de lares, acrescentando que a situação continua a ser acompanhada pelo Ministério da Saúde e que se regista “alguma estabilidade”.

“O que podemos garantir é que a experiência tem levado a correções e a melhorias”, disse o governante, adiantando que, por exemplo, foram feitas visitas a 261 de um total de 283 residências para idosos na zona do Alentejo, com a elaboração de relatórios sobre as inconformidades detetadas, estando os serviços a aferir correções.

Esta situação, assegurou Antonio Sales, “também se verifica no resto do país, onde os lares têm recebido equipas mistas da Segurança Social, autoridades de Saúde e Proteção Civil para verificação da implementação das medidas”.

“Este é um trabalho conjunto com as instituições, as autarquias e Segurança Social com um objetivo comum de proteger esta faixa da população mais vulnerável ao vírus que obriga a um dever especial de proteção”, salientou.

Sobre o número de ventiladores no Serviço Nacional de Saúde, o governante indicou que os hospitais já receberam 716 ventiladores.

“O número real de ventiladores invasivos disponíveis é de 1196. São os 966 já entregues em Portugal, mais 101 doados, 10 por empréstimo e 19 foram recuperados. Até à data, os hospitais já receberam 716 ventiladores”.

Questionado sobre o relatório da Ordem dos Médicos sobre Reguengos de Monsaraz, Lacerda Sales afirmou que o ministério analisa “todos os documentos e relatórios que lhe chegam”.

Surto de Mora pode ter 2.º foco em Montemor-o-Novo

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, também foi questionada sobre Reguengos de Monsaraz. “Nós temos obrigação de ler os relatórios que nos chegam e, portanto, isso faz parte das nossas obrigações, ler os relatórios e, obviamente, retirar deles ensinamentos e fazer sobre eles comentários e acrescentos”.

A responsável disse ainda estar em investigação, em Montemor-o-Novo, um segundo foco do surto de covid-19 iniciado em Mora, distrito de Évora, onde se registam 40 infeções e “mais de 300 pessoas potencialmente envolvidas”.

“Relacionado com Mora, há um outro caso em Montemor-o-Novo – Ciborro. Foram feitos 225 testes e há 24 casos confirmados neste segundo foco possivelmente relacionado com o primeiro. Digo possivelmente porque ainda está em investigação. Não temos a certeza absoluta mas pode haver alguma ligação”, afirmou.

“Quer a origem quer as cadeias de transmissão deste surto [em Mora] estão ainda em investigação”, frisou Graça Freitas, referindo que “não são apenas os casos iniciais que interessam”.

“Interessam também os casos secundários, terciários e quaternários”, disse, questionada pelos jornalistas sobre declarações do autarca da vila alentejana sobre o facto de estar em causa um “caso de polícia”.

Graça Freitas referiu-se a este caso como “um surto complexo, já com 40 casos identificados”, que está “em investigação pelas autoridades de saúde”, sendo “precoce estar a fazer afirmações sobre a origem e cadeias subsequentes”.

Questionada sobre uma eventual investigação policial sobre o surto em Mora, a diretora-geral afirmou que a investigação das autoridades de saúde “é policial no sentido da minúcia” e do “trabalho de detetive” para identificar os contactos dos infetados e identificar a origem do contágio.

Região Norte com surtos “familiares e sociais”

Relativamente aos surtos na região Norte, Graça Freitas explicou que “são surtos de origem familiar e social” e que o “concelho de Vila do Conde tem sido particularmente afetado”.

“Deixo aqui um apelo pedagógico, porque as famílias, devem ter cuidados. Qualquer distração pode levar a surtos. Quando as famílias se juntam, não se esqueçam que são núcleos diferentes. Cada núcleo é como se fosse uma bolha de infeção. Basta que um núcleo esteja infetado para poder infetar os outros”, observou.

A responsável lembrou que, “no início”, a região Norte foi a mais afetada pela pandemia, motivo pelo qual nessa “primeira fase” foi “criado um gabinete de crise” que continua a funcionar e “utiliza métodos que foram sendo utilizados em Lisboa”.

“A região tem toda esta experiência acumulada e cremos que vai controlar estes surtos”, afirmou.

App StayaWay Covid inicia testes de segurança

A aplicação móvel para rastreio de contágio StayaWay Covid está em fase piloto, iniciando, hoje, os testes de segurança que deverão estar terminados dentro de duas semanas.

Estamos em fase piloto com os dois sistemas operativos que têm decorrido de acordo com o esperado”, disse o governante.

“Continuamos este trabalho com firmeza e convicção faça chuva ou sol. Não podemos claudicar ou achar que o problema está resolvido quando temos ciclos mais positivos como é o atual. Só mantendo as medidas de proteção conseguimos prolongar no tempo esses resultados até haver tratamento ou vacina”, frisou.

O secretário de Estado anunciou ainda a criação de um novo boletim epidemiológico, que vai incluir o report das variações diárias e também o número de casos ativos. “Esperamos assim ter mais clareza”, afirmou, citado pelo jornal online Observador.

 

Portugal regista, esta segunda-feira, mais uma morte e mais 132 casos de covid-19 em relação a domingo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Desde o início da pandemia até hoje, registaram-se 54.234 casos de infeção confirmados e 1779 mortes.

ZAP // Lusa

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