Na madrugada desta quinta-feira, decorreu uma megaoperação de buscas em Lisboa, no Porto e no Algarve no âmbito do caso Luanda Leaks, sendo a principal visada a empresária angolana Isabel dos Santos.
As buscas judiciais, autorizadas pelo juiz Carlos Alexandre do Tribunal Central de Instrução Criminal, foram avançadas pela SIC Notícias e pelo Jornal Económico e confirmadas pela Procuradoria-Geral da República.
De acordo com o semanário Expresso, os mandados de busca estarão relacionados com a Matter Business Solutions, companhia offshore no Dubai considerada suspeita pelas autoridades angolanas, e a empresa Burgate, sediada em Malta, através da qual Isabel dos Santos detém uma moradia na Quinta do Lago, no Algarve.
As casas e escritórios de Jorge Brito Pereira, antigo advogado da empresária, foram alvo de buscas. Também o espaço da sociedade de advogados Uría Menéndez Proença de Carvalho, onde Brito Pereira trabalhava quando o caso Luanda Leaks foi revelado, também foi analisado.
A Matter Business Solutions, controlada por quatro pessoas de confiança de Isabel do Santos, está ligada a transferências de cerca de 100 milhões de euros da Sonangol para o Dubai. A Burgate é uma 13 empresas que a empresária angolana tem sediadas em Valeta, Malta, através da qual detém participações em cascata.
O Observador relata que os responsáveis do escritório manifestaram colaboração com as autoridades e disponibilizaram toda a documentação requerida pelo procurador Rosário Teixeira.
Segundo o Jornal Económico, as buscas tinham exclusivamente a ver com a atividade de Brito Pereira enquanto advogado de Isabel dos Santos e de empresas associadas à empresária angolana.
De acordo com o Observador, em causa estão pelo menos sete inquéritos abertos contra a filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos por suspeitas de diversos crimes económico-financeiros.
A divulgação de documentos confidenciais, que ficou conhecida por Luanda Leaks, levantou suspeitas sobre a verdadeira origem da fortuna de Isabel dos Santos. Em causa estará o desvio de dinheiro do Estado angolano, através de contas em paraísos fiscais.
O principal caso à volta dos Luanda Leaks está relacionado com ordens de transferência de uma conta da Sonangol no EuroBic, sediado em Lisboa, para uma empresa offshore no Dubai, alegadamente controlada por Isabel dos Santos, no montante de cerca de 90 milhões de euros, em cerca de 24 horas, num período de tempo que se seguiu à demissão da empresária da liderança da petrolífera angolana.
Isabel dos Santos foi constituída arguida, em Angola, na sequência das revelações do caso Luanda Leaks. Foram revelados, no final de janeiro mais de 715 mil ficheiros, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos tem as suas contas bancárias em Portugal arrestadas pelo Ministério Público português, que respondeu ao pedido de cooperação das autoridades judiciais angolanas, que investigam Isabel dos Santos e o alegado desvio de fundos.
Desde que o caso dos Luanda Leaks veio a público, a empresária está a desfazer-se das posições que detém em empresas portuguesas.
Em tempos,os governantes corruptos deste país achavam que esta senhora era a salvadora da pátria e agora? claro que a mentira tem perna curta.
Quem não se lembra do tempo em governo do Passos andou com a Isabelinha (e família) ao colo?
Tudo boa gente…
“Luanda Leaks. Os dias em que o Governo de direita se ligou à família dos Santos”
expresso.pt/luanda-leaks/2020-01-23-Luanda-Leaks.-Os-dias-em-que-o-Governo-de-direita-se-ligou-a-familia-dos-Santos