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Infarmed preocupado com “uso generalizado” de testes serológicos

Mahmoud Khaled / EPA

O Infarmed alerta que o resultado da presença de anticorpos nos testes serológicos pode provocar uma “falsa sensação de segurança”.

O Infarmed está preocupado com a “disseminação na comercialização” dos testes serológicos rápidos e alerta para a “falsa sensação de segurança” que um resultado de presença de anticorpos pode dar às pessoas.

A autoridade nacional do medicamento tem registo de mais de 50 marcas de testes serológicos rápidos e de uma dezenas destes testes automatizados. Estes testes permitem detetar a presença de anticorpos contra o novo coronavírus. Os preços dos primeiros variam entre os 25 e os 50 euros, e os segundos, que só podem ser feitos em laboratório, custam entre 78 e 86 euros.

De acordo com a edição desta segunda-feira do jornal Público, o facto de existir este registo não significa que haja uma “autorização ou validação por parte do Infarmed”.

O regulador está preocupado com os testes rápidos, não só “dada a disseminação na sua comercialização”, mas porque são “muitas vezes” disponibilizados de forma incorreta “a leigos”, tendo em conta a sua fácil utilização.

“Existe ainda o risco de as pessoas, face a um resultado de anticorpos positivos, ficarem com uma falsa sensação de segurança e adotarem comportamentos de risco”, alerta ainda o Infarmed.

O regulador aponta ainda que o uso generalizado destes testes numa população como a de Portugal, cuja “taxa de infeção esperada” é baixa, é “indesejável porque irá aumentar o número de casos falsos positivos [em que houve contacto com o novo coronavírus]”.

“Estes testes devem ser usados com parcimónia e em condições controladas. Estar a fazê-los de uma forma desorganizada, não pensada em termos de grupo, de comunidade, não faz sentido”, defendeu Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

ZAP //

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