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Três meses de covid-19 em Portugal. 32.895 infetados, 1.436 mortos e uma batalha por vencer

Mário Cruz / Lusa

Em Portugal, há 32.895 casos confirmados, 1.436 mortes e 19.896 recuperados, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde.

Portugal regista mais 12 mortes do que no dia anterior, um número que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,84%, num total de 1.436 mortes registadas desde março. Nas últimas 24 horas, foram identificados mais 195 casos positivos, um aumento de 0,6%, num total de 32.895 casos positivos.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico divulgado esta terça-feira, 19.869 pessoas foram dadas como recuperadas, mais 317 do que na segunda-feira. Há agora 432 pessoas internadas, 58 das quais em unidades de cuidados intensivos.

Na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado maior número de surtos, há mais 158 casos de infeção (um aumento de 1,4%). Ainda assim, a região Norte continua a registar o maior número de infeções (16.789), seguida pela região de Lisboa e Vale do Tejo (11.493), da região Centro (3.753), do Algarve (372) e do Alentejo (270).

Os Açores registam 137 casos de covid-19 e a Madeira contabiliza 91 casos confirmados.

O primeiro caso positivo de SARS-CoV-2 registou-se há, exatamente, três meses. Foi a 2 de março que o primeiro caso em território português foi confirmado: um médico de 60 anos, regressado do Norte de Itália e internado num hospital no Norte do país.

Pela primeira vez na história da democracia, e apenas 16 dias depois do primeiro caso, Portugal decretou estado de emergência, que foi sendo renovado e esteve em vigor entre 22 de março e 2 de maio.

Em declarações ao Público, Ricardo Mexia, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, referiu que se passaram apenas três meses desde o primeiro caso positivo, “mas parece que se passaram três anos”.

“Conseguimos evitar o crescimento exponencial, mas também ficaram à vista algumas das insuficiências do sistema, quer do ponto de vista dos sistemas de informação, dos recursos humanos e, numa fase inicial, dos testes e do equipamento de proteção individual”, justificou o responsável, admitindo que as insuficiências não tiveram consequências “graves”.

Três meses depois, a hipótese de uma segunda vaga não está fora da mesa. Ainda esta segunda-feira, a secretária de Estado adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, admitiu durante a conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde que “a batalha não está ganha“.

Durante a habitual conferência de imprensa, António Lacerda Sales indicou que a Região de Lisboa e Vale do Tejo concentra grande parte dos casos diagnosticados no país e “as atenções e maiores preocupações” das autoridades.

“O INEM tem um plano de testagem em curso em várias dezenas de empresas situadas na Grande Lisboa, a maioria na zona da Azambuja. Outras estão a decorrer durante o dia de hoje e as restantes com agendamento para os próximos dias. Prevê-se estender estes rastreios a outras empresas sob a orientação da autoridade de saúde até ao fim desta semana, altura em que faremos um ponto de situação”, referiu o secretário de Estado da Saúde.

O responsável frisou que grande parte das medidas tomadas agora para conter os surtos nessa região só terão impacto dentro de duas semanas. “Temos, portanto, de ser resilientes e manter o foco. A responsabilidade individual é tão ou mais determinante do que na fase do confinamento.”

A diretora-geral da Saúde , Graça Freitas, explicou que só a Grande Lisboa e o Norte têm focos de transmissão comunitária de covid-19. No Centro há “apenas pequenos focos muito localizados”, assim como no Alentejo e Algarve. Já a Madeira e os Açores a “transmissão esporádica”.

“A região Centro refere apenas pequenos, muito pequenos, focos localizados. A região de Lisboa e Vale do Tejo considera que ainda tem transmissão comunitária – temos estes padrões localizados em empresas, lares, obras, mas ainda temos disseminação comunitária. O Alentejo e Algarve já só tem pequenos focos – até há dias que não têm nenhum. E a Madeira e os Açores consideraram que tem apenas transmissão esporádica”.

ZAP //

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