A Inspeção-Geral da Educação vai auditar as avaliações dos alunos, comparando-as com as notas do 1.º e 2.º períodos, de modo a travar qualquer inflação.
Numa entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença, Tiago Brandão Rodrigues adiantou que as notas finais dos alunos dos ensinos básico e secundário vão ser auditadas pela Inspeção-Geral da Educação, de modo a evitar possíveis inflações.
A avaliação final dos estudantes será comparada com as classificações atribuídas nos 1.º e 2.º períodos e haverá processos disciplinares sempre que se justifique. “Seria muito danoso para o sistema se oportunisticamente alguém pudesse tirar partido das circunstâncias” excecionais que vivemos em tempos de pandemia.
Sublinhando que não se pode colocar em causa a credibilidade da avaliação, o ministro da Educação fez saber que já deu “instruções claras à IGEC para alargar a sua ação, mobilizando mais inspetores e abrangendo mais escolas neste trabalho sistemático – para que também nas disciplinas que não são sujeitas a avaliação externa haver este trabalho”.
Incluindo nos casos em que o ensino é feito à distância, haverá auditorias aos critérios de avaliação interna de casa uma das escolas.
Sobre os exames, o governante avançou que as novas instruções vão chegar em breve e que estes preveem a existência de perguntas opcionais, para garantir que os estudantes não são prejudicados por matérias pouco consolidadas.
No próximo ano letivo, o grande objetivo é “a recuperação das aprendizagens” menos conseguidas deste ano. Desta forma, foi abordada a possibilidade do b-learning – ensino misto que combina aulas presenciais com aulas online.
“Todos os alunos que fazem parte de grupos de risco vão ter ensino à distância, outra coisa é todos aqueles que, pelo seu livre arbítrio, optem por não ir à escola”, disse. “Não estamos a dizer às escolas que não o façam. Estamos a dizer às escolas que não estão obrigadas a fazê-lo.”
O governante referiu que o ensino, no próximo ano letivo, vai estar fortemente condicionado pela chegada ou não de uma possível vacina ou de um segundo surto. “Temos de construir vários cenários: um cenário em que o vírus está aí, mas não tem uma penetração na sociedade que nos obrigue a fazer o que fizemos nesta onda, e outros cenários.”
“Temos que nos preparar para em setembro – ou não em setembro mas se calhar em outubro, ou novembro – termos o que os ingleses designam por b-learning, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial”, afirmou o ministro da Educação.
Questionado se, devido ao regime misto de ensino, as escolas terão de contratar mais professores, o governante não se quis comprometer com um número. “Se, no próximo ano, precisarmos de um corpo docente robusto, ele existirá.”
Coronavírus / Covid-19
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Será que vão auditar as notas inflacionadas de negativas para positivas ? Esta é a vergonha nacional que está a criar uma sociedade de inaptos.