Rodrigo Antunes / Lusa

A Inspeção-Geral da Educação vai auditar as avaliações dos alunos, comparando-as com as notas do 1.º e 2.º períodos, de modo a travar qualquer inflação.
Numa entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença, Tiago Brandão Rodrigues adiantou que as notas finais dos alunos dos ensinos básico e secundário vão ser auditadas pela Inspeção-Geral da Educação, de modo a evitar possíveis inflações.
A avaliação final dos estudantes será comparada com as classificações atribuídas nos 1.º e 2.º períodos e haverá processos disciplinares sempre que se justifique. “Seria muito danoso para o sistema se oportunisticamente alguém pudesse tirar partido das circunstâncias” excecionais que vivemos em tempos de pandemia.
Sublinhando que não se pode colocar em causa a credibilidade da avaliação, o ministro da Educação fez saber que já deu “instruções claras à IGEC para alargar a sua ação, mobilizando mais inspetores e abrangendo mais escolas neste trabalho sistemático – para que também nas disciplinas que não são sujeitas a avaliação externa haver este trabalho”.
Incluindo nos casos em que o ensino é feito à distância, haverá auditorias aos critérios de avaliação interna de casa uma das escolas.
Sobre os exames, o governante avançou que as novas instruções vão chegar em breve e que estes preveem a existência de perguntas opcionais, para garantir que os estudantes não são prejudicados por matérias pouco consolidadas.
No próximo ano letivo, o grande objetivo é “a recuperação das aprendizagens” menos conseguidas deste ano. Desta forma, foi abordada a possibilidade do b-learning – ensino misto que combina aulas presenciais com aulas online.
“Todos os alunos que fazem parte de grupos de risco vão ter ensino à distância, outra coisa é todos aqueles que, pelo seu livre arbítrio, optem por não ir à escola”, disse. “Não estamos a dizer às escolas que não o façam. Estamos a dizer às escolas que não estão obrigadas a fazê-lo.”
O governante referiu que o ensino, no próximo ano letivo, vai estar fortemente condicionado pela chegada ou não de uma possível vacina ou de um segundo surto. “Temos de construir vários cenários: um cenário em que o vírus está aí, mas não tem uma penetração na sociedade que nos obrigue a fazer o que fizemos nesta onda, e outros cenários.”
“Temos que nos preparar para em setembro – ou não em setembro mas se calhar em outubro, ou novembro – termos o que os ingleses designam por b-learning, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial”, afirmou o ministro da Educação.
Questionado se, devido ao regime misto de ensino, as escolas terão de contratar mais professores, o governante não se quis comprometer com um número. “Se, no próximo ano, precisarmos de um corpo docente robusto, ele existirá.”
Será que vão auditar as notas inflacionadas de negativas para positivas ? Esta é a vergonha nacional que está a criar uma sociedade de inaptos.