Massimo Percossi / EPA

A região Norte concentra 57% dos casos de covid-19, mas mais de metade dos 144 ventiladores que chegaram este domingo da China vão ficar na Grande Lisboa.
Segundo o Público, os ventiladores são uma oferta feita à Câmara Municipal de Lisboa, por uma milionária de Taiwan que possui uma promotora imobiliária, a Reformosa, sediada na capital. O donativo foi partilhado com as autarquias da Área Metropolitana de Lisboa (AML), e coube ao Ministério da Saúde a distribuição dos ventiladores pelos hospitais da Grande Lisboa.
Esta foi a explicação dada ao diário pela Câmara de Lisboa e confirmada pelo Ministério da Saúde, que adiantou que três dos ventiladores foram comprados pela Câmara de Cascais, não sabendo o Governo qual o destino dos equipamentos.
No avião fretado pelo Estado português vieram ainda 50 ventiladores oferecidos pela EDP e pela sua principal acionista, a China Three Gorges. De acordo com o jornal, dos 144 ventiladores, apenas 13 foram comprados pelo Estado através da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
A distribuição de 141 ventiladores foi decidida pelo Grupo de Trabalho de Coordenação da Resposta Nacional de Medicina Intensiva à Pandemia COVID-19, e levou em conta as necessidades expressas pelos diversos hospitais e a respetiva capacidade de aumento de número de camas.
Segundo o ministério, só houve uma “única restrição” à distribuição que se prendeu “com a vontade do doador” que ofereceu 78 ventiladores “a hospitais da Área Metropolitana de Lisboa”.
O Ministério da Saúde não especificou as unidades que vão receber estes equipamentos, mas a Câmara de Lisboa informou que os centros hospitalares da capital (Norte, Centro e Ocidental) vão receber 29 máquinas no conjunto; o Garcia de Orta, em Almada, o Beatriz Ângelo, em Loures, e o Hospital Dr. José Almeida, em Cascais, 15 cada um; e para o Amadora/Sintra vão quatro aparelhos.
Segundo a câmara, o processo de encomenda e transporte foi coordenado “diretamente com a benemérita e com a embaixada portuguesa em Pequim”.
A Câmara de Lisboa garante estar “consciente das necessidades do país” e por isso diz ter decidido “atribuir 12 ventiladores ao SNS para atribuição a qualquer hospital ou hospitais do território nacional (que não na AML), ventiladores esses que se espera cheguem muito em breve”.