Fuga de dois reclusos de Alcoentre durou poucas horas mas deixou uma espécie de porta aberta para outras análises.
Dois reclusos fugiram na segunda-feira do Estabelecimento Prisional de Alcoentre. Eram dois homens, portugueses, um com 37 anos, outro com 44.
Mas a fuga durou pouco. Ao início da manhã seguinte, terça-feira, os dois foram capturados nas proximidades de Espinheira, em Alcoentre. Tinha sido feito uma denúncia às 3h da madrugada.
Os dois reclusos encontram-se condenados pelos crimes de tráfico de estupefacientes e roubo, com penas de cinco anos e oito meses e de quatro anos e nove meses.
A fuga durou poucas horas mas deixou muitas questões no ar (de novo) sobre as condições nas prisões e o seu nível de segurança.
O Sindicato Nacional da Guarda Prisional garantiu que as câmaras de vigilância estavam a funcionar, mas não havia qualquer guarda na torre de vigilância.
A ministra da Justiça já foi questionada sobre o caso. Rita Alarcão Júdice disse nesta quarta-feira que, no momento da fuga, estavam 17 guardas ao serviço para cerca de 400 reclusos.
Havia greve naquele dia: “São os guardas que estavam escalados de acordo com os serviços mínimos e mais um ou dois além dos serviços mínimos que estavam também presentes”.
E, além da greve, 30 guardas estavam de baixa médica.
Número baixo de guardas, greve, baixas médicas. Só esta trilogia seria suficiente para deixar novo alerta sobre o que se passa nas prisões.
Mas José Manuel Fernandes acha que há outro problema central: as 35 horas de trabalho semanal na função pública.
“Como é que se organizam os turnos de trabalho com 35 horas semanais, em vez de 40 horas?”.
O comentador na rádio Observador lembra que, se com 40h/semana organizam-se facilmente três turnos diários de 8h cada, com 35h/semana cada turno passou a ter 7h.
E o resto? “Não bate certo. Ou vamos para horas extraordinárias, ou temos de fazer jigajogas com os horários”.
José Manuel Fernandes avisa que este assunto, esta lacuna, é uma espécie de “elefante na sala de que nunca se fala”.
O comentador avisa que essa mudança “muito simpática” de 40h para 35h semanais na função pública – recuperada em 2016 – “ajudou muito a desestruturar os serviços públicos”. E hoje essa carga horária é “intocável”.
Helena Matos avisa que há casos em que o número de guardas prisionais, para o número de reclusos na prisão em causa, é muito baixo. E ainda sem chefe de serviço, como aconteceu em Custóias, onde um recluso foi agredido por três colegas de cela, no mês passado.
Mas “ainda bem” que há reclusos que fogem – porque assim fala-se sobre este assunto.
A também comentadora Alexandra Machado trouxe outra perspectiva à conversa: “Há tantos problemas noutros serviços essenciais, por isso há esta falta de atenção para com as prisões”.
O tema das 35H, se fosse só no sistema prisional….
E há iluminados a proporem semanas de 4 dias.
Se calhar pudemos “matar 2 coelhos de uma só cajadada”… (lá vou eu levar com os defensores dos animais) 😛
É implementada a semana dos 4 dias…com uma carga horária de 8 horas.
Todos ficam mais bem servidos.
Seria melhor para a gestão dos horários e das folgas e se calhar iriam diminuir as faltas e as baixas médicas pois os trabalhadores teriam mais tempo para eles e para os seus.
Fica a ideia.
O elefante no meio da sala é uns fazerem 35h e outros 40h e o salário ser ainda maior!!!!
Como se as 35 horas ou 40 ou o que quer que esteja implementado ia resolver o problema das fugas.
O preso que quiser pensar em fuga vai faze-lo mesmo que tenha 100 guardas a sua volta e tanto vai andar que vai encontrar uma falha!
Com tempo encontra a falha no sistema pq todos oa sistemas têm falhas.
Quanto ao resto desculpem mas 35 horas semanais nao sao problema, o problema reside na subdotaçao dos quadros todos! Se o serviço necessita de mais gente e nao a tem, entao os que estao la a assegurar o serviço vao estar mais sobrecarregados.
Aumenta a probabilidade de falha por excesso de trabalho, agora o problema sera igual a trabalhar 35 ou 40, so muda a carga semanal, mas nao resolve coisa nenhuma
É preciso obrigar os elementos da Guarda Prisional desde o topo até à base da cadeia hierárquica a declarar se colaboraram/pertenceram ou colaboram/pertencem à Maçonaria ou a outras sociedades secretas (Jesuítas, Opus Dei, etc.), depois de identificados terão de sair, testes psico-técnicos devem ser efectuados aos restantes elementos para saber se têm perfil para serem funcionários do Estado com a especialidade de guarda prisional, e os sindicatos assim como toda e qualquer actividade sindical ou de associação proibidos.