O Ministério da Educação, liderado por Tiago Brandão Rodrigues, reúne-se esta terça-feira com os vários representantes da comunidade escolar para discutir como será o 3.º período de aulas numa época de contenção do novo coronavírus.
Esta é a “Semana D” na Educação. Para a maioria dos alunos do ensino básico e secundário, o terceiro período começa na próxima segunda-feira e o Governo de António Costa avalia nesta quinta-feira se vai manter as com aulas à distância, tal como aconteceu nas duas últimas semanas antes das férias da Páscoa, ou se muda o plano.
A decisão do Executivo de reabrir ou não as escolas terá também impacto nas habituais provas de aferição e nos exames nacionais, cruciais no acesso ao ensino superior.
Nesta terça-feira, o Jornal de Notícias adianta a informação que deverá ser transmitida aos presidentes dos conselhos Nacional de Educação e das Escolas: exatamente por causa do acesso ao ensino superior, apurou o diário, o Governo dá prioridade aos alunos do 12.º ano no regresso às aulas, preferencialmente até ao dia 4 de maio.
Os restantes alunos do secundário, isto é, as turmas do 10.º e 11.º anos verão o regresso às aulas avaliado consoante a evolução da pandemia. Voltar às aulas presenciais não é uma situação ainda descartada, mas dependerá da evolução da covid-19 no país.
O Jornal de Notícias dá como certo que os alunos do básico continuem no regime de aulas à distância, não estando previsto que regressem às escolas neste ano letivo.
Na tarde desta terça-feira, Brandão Rodrigues ausculta por videoconferência estes dois órgãos consultivos, assim como as duas associações representativas dos diretores escolares, a Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE) e a Associação Nacional de Dirigentes de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), a Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) e a Associação Nacional das Escolas Profissionais (ANESPO).
A decisão das escolas deverá ser tomada nesta quinta-feira, 9 de abril.
Aulas na férias para o 10.º e 11.º
Os diretores das escolas admitem que os alunos do secundário possam ter aulas em junho, julho e até em setembro para se prepararem para os exames nacionais, que poderão ser adiados assim como o acesso ao ensino superior.
Faltam três dias úteis para começar o terceiro período para a maioria dos alunos dos ensinos básico e secundário – há escolas onde o ano letivo está dividido em dois semestres – e os diretores continuam sem respostas a muitas questões neste tempo de pandemia da covid-19, que já provocou mais de 300 mortos em Portugal.
Em declarações à Lusa, os presidentes das duas associações de diretores escolares reconhecem “as dificuldades” de planeamento do Governo e do ministério da Educação perante a imprevisibilidade da evolução de contágio do novo coronavírus, que obrigou ao encerramento de todas as escolas desde 16 de março.
Os diretores continuam sem saber de que forma será feita a avaliação, se haverá aulas presenciais, como garantir o acesso a quem não tem Internet nem computador ou se haverá provas de aferição e exames nacionais.
Mas, nas escolas, os professores estão a ter reuniões de departamento, conselhos de turma e pedagógicos e começam a planear como serão os últimos dois meses de aulas.
“O 9 de abril é o nosso dia D, que é quando saberemos com que linhas nos vamos cozer”, disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, referindo-se à data apontada pelo ministério da Educação para anunciar as medidas para o 3.º período.
Os diretores têm algumas sugestões, tais como poder manter as escolas abertas para apoiar os alunos do secundário numa altura em que tradicionalmente os estudantes estão de férias. “As escolas poderão funcionar em junho, julho e até em setembro para dar aulas extra aos alunos do 11.º e do 12.º anos que têm de realizar os exames nacionais por causa do acesso ao ensino superior”, sugeriu o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, em declarações à Lusa.
A ideia é corroborada por Filinto Lima, que acrescentou que o próximo ano letivo poderia começar um pouco mais tarde assim como a realização dos exames nacionais.
Ambos os diretores frisam que a prioridade tem de ser “a saúde dos alunos, professores e de toda a comunidade educativa” e por isso acham mais viável as aulas extra no final do ano letivo.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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