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Salvini quer igrejas abertas na Páscoa. Bispos recusam

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Angelo Carconi / EPA

Matteo Salvini

Matteo Salvini quer que as igrejas estejam abertas ao público esta Páscoa, mas os bispos recusam e apelam à responsabilidade.

O líder da extrema-direita em Itália, Matteo Salvini, defendeu este domingo que as igrejas devem estar abertas ao público para os ritos da Páscoa, mas a Conferência Episcopal recusou, apelando esta segunda-feira à responsabilidade em plena pandemia de covid-19.

“O momento é de responsabilidade e vamos ver quem é capaz de demonstrá-lo”, disse o cardeal Gualtiero Basetti, presidente da Conferência Episcopal italiana, em entrevista ao Corriere della Sera. A declaração surgiu em resposta a uma pergunta sobre que opinião tem daqueles que pressionam para que as igrejas voltem a abrir na Páscoa.

Matteo Salvini, líder da Liga, defendeu no domingo nas redes sociais que as igrejas deviam reabrir para os ritos da semana pascal, afirmando que “a ciência por si só não chega” para travar o novo coronavírus, sendo também necessário “o bom Deus”.

As afirmações de Salvini fazem eco da posição dos setores mais conservadores, que criticaram a decisão de suspender as missas para limitar a propagação do vírus no país que mais mortes associadas à covid-19 regista no mundo, contabilizando já mais de 15.000.

“É a primeira vez que se celebra a semana santa desta maneira, sem o contributo dos fiéis, mas isso não implica renunciar a viver estes dias plenamente”, frisou o cardeal Gualtiero Basetti. “A impossibilidade de assistir às missas da Páscoa este ano é um ato de generosidade. É nosso dever respeitar aqueles que, numa emergência, estão na linha da frente com grande risco para a sua segurança.”

Também o arcebispo de Bolonha (norte), o cardeal Matteo Maria Zuppi, defendeu o encerramento das igrejas durante a pandemia, afirmando, em entrevista ao La Repubblica, que as regras têm de ser cumpridas. “Eu também gostava de poder celebrar a semana santa e a Páscoa com a comunidade. Mas arriscar é perigoso, as regras devem ser respeitadas e a Igreja tem o dever de o fazer.”

O continente europeu, com mais de 676 mil infetados e mais de 50 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 15.887 óbitos em 128.948 casos confirmados até hoje.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Será que em toda a Itália não homens para dar uma coça de pau num tratante destes? Mossulini acabou de pernas para o ar. Será que Salvini já se esqueceu?

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