O Ministério Público (MP) pediu esta quinta-feira ao juiz Ivo Rosa, que lidera a fase de instrução da Operação Marquês, que leve todos os 28 arguidos do processo (19 pessoas e nove empresas) a julgamento.
No final do debate instrutório do processo, que decorreu esta quinta-feira, o procurador do MP Rosário Teixeira pediu a Ivo Rosa que leve todos os arguidos e caso a julgamento, após mais de quatro horas e meia de alegações.
“Como é que se aceita que um ex-primeiro-ministro aceite empréstimos de alguém que é administrador de uma sociedade que trabalha para o Estado?”, questionou Rosário Teixeira, citado pelo jornal Observador, durante as alegações finais.
“Há um conjunto de explicações que merecem cabal esclarecimento”, considerou, dizendo existirem muitas provas que devem ser esmiuçadas em julgamento.
Além de José Sócrates, o principal arguido da Operação Marquês, o processo conta com outros nomes, recorda o semanário Expresso. Ricardo Salgado (ex-presidente do BES), Carlos Santos Silva (alegado “testa de ferro” de Sócrates), Joaquim Barroca (ex-administrador do Grupo Lena), Zeinal Bava, (ex-presidente executivo da PT), Armando Vara (antigo deputado e ministro e ex-administrador da CGD), são outros dos arguidos.
Ao todo, estão em causa suspeitas de 188 crimes de natureza económica. José Sócrates é acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
Os factos que foram investigados na Operação Marquês tiveram lugar entre 2006 e 2015.