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Autoridades japonesas confirmam infeção de tripulante português

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Franck Robichon / EPA

O navio Diamond Princess está atracado no porto de Yokohama, no Japão

As autoridades japonesas confirmaram, este domingo, que o tripulante português do navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, deu teste positivo ao Covid-19.

“Foi confirmado pelas autoridades de saúde japonesas que a pessoa em causa deu teste positivo. A família está informada, assim como o próprio. Estamos a insistir junto das autoridades locais para que se proceda à sua transferência para o hospital de referência”, avança fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros ao semanário Expresso.

Adriano Maranhão, canalizador do navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, foi testado há dois dias, tendo sido colocado numa cabine em isolamento. A informação de que seria o primeiro caso de um português com Covid-19 começou a surgir ontem à tarde, depois das declarações da sua mulher aos media.

Em entrevista à rádio TSF, Adriano, de 41 anos, natural da Nazaré, diz que se sente “revoltado” pela falta de respostas. “A embaixada já tem conhecimento do meu caso, já falou com as autoridades japonesas, já tem o comprovativo em como é positivo e a única coisa que me disseram foi que vão tentar tirar-me daqui para um hospital local o mais cedo possível”, explicou.

“Não fui visto por ninguém. Telefonaram para a minha cabine a perguntar qual era o meu estado, se eu estava bem, se tinha medido a minha febre. Eu disse que sim, que não tinha febre nem sintomas. Não me disseram mais nada”.

“Deram-me comida, mas não foi o navio que me deu. Quem me deu comida foram dois colegas portugueses que temos a bordo. Consegui falar com eles e eles trouxeram-me comida à cabine, não foi o navio. O navio não me trouxe nada”.

“Disseram-me para fazer as malas, porque iria sair do navio, teria de levar tudo o que era meu comigo e teria de contactar a embaixada e a companhia, porque, saindo do navio, o navio já não tinha responsabilidade sobre mim. Fiquei incrédulo. Tenho de ir para a rua e ainda vou ser o responsável por entrar em contacto com a embaixada e com a companhia para me resolver um problema”.

“Estar assintomático é positivo”, revela DGS

A diretora-geral da Saúde deixou hoje uma “palavra de tranquilidade” ao português a bordo do navio, salientando que o facto de “estar assintomático” é bom indicador.

“Temos de estar tranquilos e pensar que este senhor, para bem dele, e ainda bem, este nosso concidadão, ate à data não apresenta sintomas, vamos aguardar para ver a evolução, mas estar assintomático é, por enquanto, positivo”, disse Graça Freitas em declarações à agência Lusa.

A diretora da DGS explicou que as autoridade de saúde japonesas “estão a retirar as pessoas do navio para hospitais de referência no Japão de acordo com os sintomas e a situação clínica”.

“No caso concreto deste senhor, e de outros passageiros e tripulantes que se encontram a bordo e assintomáticos, há um critério de prioridade. A indicação que há nestas situações é para isolamento e ficar em vigilância para ver se os sintomas evoluem ou não evoluem”, explicou a responsável.

“Neste caso é uma pessoa assintomática, estará em vigilância e, se houver alteração do estado de saúde, haverá também alteração do seu estado de risco e as medidas previstas serão aquelas que as autoridades japonesas tiverem no seu protocolo”, concluiu.

Graça Freitas lembrou ainda que os cinco tripulantes portugueses do navio “foram testados ao longo do tempo” e só este caso é que se confirmou positivo, depois de “há já algum tempo se ter pensado que um outro estaria positivo e que não se veio a confirmar”.

Morreu um terceiro passageiro do navio

Um terceiro passageiro do navio, que se encontra em quarentena em Yokohama, morreu hoje, anunciou o Ministério da Saúde do Japão, acrescentando que a vítima, que morreu de pneumonia, é um octogenário japonês que também sofria de outras doenças.

A morte ocorre após a morte de outros dois passageiros japoneses, também octogenários, anunciada na quinta-feira.

Com 630 das 3711 pessoas a bordo infetadas com o vírus, o navio cruzeiro tornou-se na fonte mais importante de contágio fora da China, apesar de ter sido colocada em quarentena a 5 de fevereiro.

Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, operação que terminou na sexta-feira.

O número de mortos de Covid-19 subiu para 2442 na China continental, com mais 97 vítimas mortais nas últimas 24 horas. A Comissão de Saúde da China registou mais 648 novos casos de infeção para um total de 76.938.

Também morreram oito pessoas no Irão, quatro no Japão, duas em Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Fico abismado com as afirmações deste senhor, que não parece querer mexer-se muito e parece achar que é OBRIGAÇÃO do Estado Português ir “salvá-lo” (OR ELSE!) – como se diz em Inglês, o “sense of entitlement”. Obviamente que assim que estiver fora do navio, o navio deixa de ter qualquer responsabilidade sobre ele, e obviamente que o navio não é responsável por coordenar a interacção entre as milhares de pessoas que se encontram no navio e as respectivas embaixadas. O senhor que se mexa e que se coordene com a embaixada Portuguesa.

    Aliás, mais acima na notícia é dito que a embaixada já tem conhecimento do seu caso e está a trabalhar em tirá-lo de lá. Estas coisas não são fáceis.

    Uma coisa que gostava de saber é quem pagou as viagens de avião de volta a Portugal para os que foram extraídos de Wuhan. Espero que tenham sido os próprios, e não o contribuinte Português.

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