As contas bancárias de Isabel dos Santos em Portugal foram congeladas, avança esta terça-feira o semanário Expresso. O pedido terá sido feito pelas autoridades angolanas.
As contas bancárias que a empresária Isabel dos Santos tem em Portugal foram congeladas por ordem das autoridades judiciais portuguesas, avança o Expresso. Uma das contas bancárias congeladas terá sido a do Millennium BCP.
Também esta terça-feira, o Jornal Económico adianta que a justiça portuguesa mandou congelar dezenas de contas bancárias de Isabel dos Santos e das suas empresas, bem como do seu marido Sindika Dokolo, que estão domiciliadas em bancos nacionais.
O bloqueio judicial foi aplicado a contas que Isabel dos Santos detém no Eurobic. O Económico avança que, só neste banco, foram bloqueadas mais de dez contas bancárias. No início da semana, a empresária pôs a sua participação neste banco à venda na sequência do caso Luanda Leaks.
Segundo o mesmo jornal, contas no Millennium BCP e no BPI também terão sido congeladas.
Este bloqueio surge depois de o EuroBic comunicar operações suspeitas ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal e à Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária. O diário económico revela que o bloqueio poderá pôr em causa o pagamento dos empréstimos de Isabel dos Santos nos bancos visados.
Isabel dos Santos está a ser investigada em Angola por suspeitas de gestão danosa e evasão fiscal num caso relacionado com a Sonangol, da qual foram transferidos 115 milhões de dólares (mais de 100 milhões de euros) para uma empresa alegadamente controlada pela empresária angolana, a Matter Business Solutions, no Dubai.
Isabel dos Santos foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol.
A investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação – Luanda Leaks – revelou que mais de 715.000 ficheiros secretos, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, através de paraísos fiscais.
Depois de ter sido conhecida a investigação, a empresária angolana pôs à venda algumas participações em empresas portuguesas, nomeadamente no EuroBic e na Efacec.