Os desentendimentos entre os órgãos eleitos do Livre e a sua deputada única no Parlamento continuam. Na quarta-feira, os dois lados emitiram versões diferentes sobre a convocação de Joacine para a assembleia desta quinta-feira, reunião na qual será votada a retirada de confiança política à deputada.
Em declarações ao jornal Público, fonte do Livre garantiu que Joacine foi convocada para a reunião através de dois e-mails. O primeiro terá sido enviado na segunda-feira, data em que a reunião foi reagendada e comunicada a todos os membros do partido. Na quarta-feira, pelas 11h, seguiu um segundo e-mail para Joacine, no qual a assembleia do Livre pergunta diretamente se Joacine irá comparecer ao encontro.
Fonte oficial do partido Livre disse à agência Lusa que foi enviado à deputada eleita, bem como aos restantes membros, um email informativo sobre a 44ª Assembleia do partido, que irá decorrer esta quinta-feira a partir das 20h. Por norma, e segundo a mesma fonte, quando a Mesa da Assembleia informa os seus membros acerca destas reuniões, essa informação é “interpretada como uma convocatória”.
A pergunta foi enviada para o endereço eletrónico parlamentar da deputada única eleita pelo Livre, com o conhecimento da direção do partido e do conselho de jurisdição.
O assessor de Joacine disse ao Público que “a deputada não recebeu qualquer convocatória”. Questionada acerca das suas expetativas para um entendimento com a direção, a deputada não respondeu.
Em declarações à TSF, fontes da direção e da assembleia revelaram que a ligação entre Joacine e o partido deverá mesmo chegar ao fim.
A presença da deputada não será necessária para avançar com a votação da retirada de confiança. A assembleia do Livre olhará para o direito de resposta de 12 páginas de Joacine entregue no IX congresso, no qual a deputada refere “omissões, deturpações e enviesamentos” e afirma que “a cultura do Livre não é esta”. “Ao longo dos últimos meses, não fiz outra coisa que não fazer o Livre chegar ao Parlamento e consequentemente ao país”, argumenta no documento.
No início do encontro, será votado o “caráter reservado” da reunião, seguindo-se a eleição da mesa da assembleia e a informação de renúncia do membro da assembleia eleito Tiago Charters de Azevedo, diminuindo a assembleia do Livre de 43 para 42 membros. Dos 42 membros eleitos para a assembleia do Livre, 26 transitam dos antigos órgãos internos do partido, que aumentam a probabilidade de um cenário de retirada de confiança política.
O Livre poderá tornar-se no primeiro partido a ficar sem representação no Parlamento, excluindo eleições, se retirar a confiança a Joacine e esta decidir passar a deputada não-inscrita. Se isso acontecer, Joacine perde alguns direitos, entre os quais a possibilidade de questionar o primeiro-ministro nos debates quinzenais. Além disso, as declarações políticas passam de três para duas em cada ano da legislatura.
Esta reunião acontece depois de um congresso que decidiu adiar uma decisão sobre a retirada da confiança política a Joacine Katar Moreira, que se exaltou e chegou a acusar elementos do partido de mentirem.
Na reunião magna realizada nos dias 18 e 19, esteve em debate uma resolução da anterior Assembleia do Livre que propunha a retirada da confiança política à única deputada que o partido conseguiu eleger nas legislativas de 6 de outubro passado.
O percurso de Joacine desde que se tornou deputada eleita tem sido marcado por polémicas. Na origem da discórdia entre a deputada e o seu partido, o Livre, esteve a abstenção da deputada numa votação de condenação de uma ação militar de Israel na Faixa de Gaza.
A deputada do Livre assumiu “toda a responsabilidade” do voto, afirmando que o fez contra o que acredita, e atirou as culpas ao partido por “dificuldade de comunicação” entre a própria e a atual direção do Livre.
Depois dessa polémica, nos corredores do Parlamento, Joacine não respondeu a perguntas. Seguiu acompanhada pelo assessor, Rafael Esteves Martins, e escoltada por um segurança, que tentou afastar os jornalistas. Entretanto, a tensão agravou-se ainda mais quando a deputada falhou o prazo de entrega do projeto de lei sobre a nacionalidade, uma das principais bandeiras do partido.
Apesar da polémica com a direção do partido, Joacine já garantiu estar “completamente fora de questão” renunciar ao mandato e deixar a Assembleia da República.
ZAP // Lusa
Como membro do Livre recebo sempre as informações e as convocatórias. Estranho que haja alguém, com responsabilidades, que negue, uma e outra vez, não ter recebido. Aqui, como é de supor, não há militantes de primeira e de segunda e, claro, não são enviados convites especiais seja a quem for.
Não recebeu nada, diz Ela………..portanto o que diz a Direcção do partido é ….MENTIRA….MENTIRA….MENTIRA….MENTIRA….MENTIRA….ÉÉÉÉÉEÉÉ´´´´´MENTIRA !
Sejam adultos e acabem de uma vez por todas com estas infantilidades e poupem os portugueses deste espectáculo degradante.