A Comissão Nacional do PS reúne-se este sábado no Vimeiro, Torres Vedras, para decidir se convoca eleições diretas para a liderança e congresso extraordinário, após desafio de António Costa em relação ao qual António José Seguro terá posição determinante.
Considera-se à partida improvável a possibilidade de o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, alcançar a marcação de eleições diretas e congresso extraordinário exclusivamente por via do peso dos seus apoiantes no órgão máximo socialista entre congressos.
Para isso, António Costa, que se disponibilizou na terça-feira para avançar para a liderança do PS, terá em primeiro lugar de obter apoio maioritário na Comissão Nacional, o que se adivinha difícil, já que a corrente da direção tem em termos teóricos cerca de 66% dos membros eleitos, num total de 251 – isto sem contar com inerentes, como os membros do Secretariado Nacional.
Nas poucas declarações que fez desde terça-feira, António José Seguro acentuou também que a decisão de António Costa prejudicou gravemente o seu partido, transformando uma vitória nas urnas nas eleições europeias numa derrota em termos públicos.
“Esta situação é que não pode continuar”.
No entanto, segundo a edição de hoje do jornal Público, António José Seguro prepara-se para anunciar na reunião do Vimeiro a marcação de eleições directas para a liderança no PS e, ao mesmo tempo, eleições para as federações distritais. Os dois sufrágios podriam ocorrer num curto prazo, já que a comissão nacional tem poder para marcar data e local do congresso, que tem de ser antecedido pelas directas.
Ainda segundo o memso jornal, Seguro deu ontem à tarde o sinal mais forte de que quer resolver rapidamente esta situação,afirmando aos jornalistas após declarações sobre a decisão do Tribunal Constitucional que “esta situação é que não pode continuar”.
Como segunda via para conseguir marcar “diretas” e congresso, Costa terá de alcançar o apoio de metade das federações do seu partido, que representem simultaneamente metade do total de militantes – fasquia que se considera quase impossível de atingir, dado o peso da direção nacional nas atuais estruturas de cúpula distritais.
Mas se haverá ou não “diretas” e um congresso extraordinário por impulso da liderança partidária, Seguro só quebrará o silêncio perante a Comissão Nacional do PS deste sábado.
ZAP / Lusa
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