“O cofre não produz dinheiro”, disse o juiz Ivo Rosa ao antigo primeiro-ministro José Sócrates quando este justificou as elevadas quantias que gastava em férias com dinheiro do cofre da sua mãe.
O jornal Público revela esta sexta-feira mais detalhes sobre o interrogatório de Ivo Rosa, responsável pela instrução da Operação Marquês, a José Sócrates.
O magistrado questionou o ex-governante sobre as elevadas despesas que tinha em férias, muito acima dos rendimentos que declarava. Sócrates disse que os montantes vinham da sua mãe, Maria Adelaide Carvalho Monteiro, que lhe dava sempre 10 mil euros.
“O que fazia era pedir dinheiro à minha mãe para ir de férias e a minha mãe dava-me. Porque tinha-o disponível, no seu cofre”. Questionado sobre a origem do dinheiro, Sócrates voltou a dizer que a sua mãe o tinha no cofre.
“Mas o cofre não produz dinheiro”, observou. José Sócrates explicou então que a mãe tinha títulos de tesouro e tinha herdado dinheiro em 1983, cerca de 5 milhões de euros.
Tal como frisa o matutino, a versão apresentada pelo antigo primeiro-ministro não estão em linha com o que é dito nas escutas. Numa das chamadas, Maria Adelaide Carvalho Monteiro liga a Sócrates a pedir-lhe dinheiro porque “está depenadinha”.
Ao todo, são referenciados nove cofres na Operação Marquês, aponta ainda o Público, dando conta que o empresário da Covilhã, Carlos Santos Silva, tinha também cofres, assumindo que num destes chegou a ter 200 mil euros em notas.
Este montante, disse a Ivo Rosa, servia para facilitar negócios.
A Operação Marquês teve início a 19 de julho de 2013 e terminou com a acusação de 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – pela prática de quase duas centenas de crimes económico-financeiros, entre os quais corrupção.
A acusação da Operação Marquês defende que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros de “luvas” por benefícios ao Grupo Espírito Santo, ao Grupo Lena e ao empreendimento de Vale do Lobo.
Pois, de facto não é o cofre que produz dinheiro…
Se fosse um pessoa normal sem cargos políticos , há muito que estava dentro !
LADRÕES.!
Giro é ver que estes 28 arguidos não são considerados uma associação criminosa para que assim as penas fossem mais fortes do que vão ser.
Associação criminosa pelos vistos é só para alguns…