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Greta considera que comportamento extremista de Trump desperta pessoas

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Justin Lane / EPA

Greta Thunberg

A jovem sueca Greta Thunberg considerou esta terça-feira que o comportamento extremista do Presidente norte-americano é um forte contributo para a causa que a notabilizou, de resposta à crise climática.

A consideração de Thunberg foi feita na véspera da sua partida da América do Norte, onde esteve nas últimas 11 semanas. “Ele [Trump] é de tal maneira extremista, e diz coisas tão extremistas, que as pessoas, de certa forma, despertaram”, afirmou Thunberg, em declarações à AFP, em Hampton, no estado da Virgínia, na costa leste dos EUA, no veleiro a bordo do qual deve partir para a Europa, na manhã desta quarta-feira.

Esta terça-feira, os deputados da comissão parlamentar de Ambiente aprovaram, por unanimidade, uma proposta para a convidar a discursar na Assembleia da República. A proposta foi apresentada pelo presidente da Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, José Maria Cardoso, do Bloco de Esquerda.

“Foi uma proposta apresentada por mim e aprovada por unanimidade, que foi assumida por toda a comissão. Esta é uma vontade que vem já da anterior legislatura”, disse José Maria Cardoso, em declarações à Lusa.

De acordo com o presidente da comissão parlamentar de Ambiente, considerou-se agora ser “mais possível” a vinda de Greta a Portugal, tendo em conta que a ativista vai participar, em dezembro, numa conferência da ONU sobre as alterações climáticas em Madrid, Espanha. “A vinda [de Greta Thunberg] a Portugal servirá para reconhecer o trabalho desta ativista no que se refere às alterações climáticas […] e também responde à vontade manifestada por vários grupos de jovens”, acrescentou.

Esta proposta segue agora para deliberação pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e só após esta decisão é que será endereçado um convite à jovem sueca e agendada uma data.

Não é a primeira vez que Greta é convidada a visitar Portugal. Em maio, na sequência de uma deliberação da comissão parlamentar de Ambiente, a Assembleia da República (AR) dirigiu um convite à jovem sueca. Mas, segundo a secretaria-geral da AR, “não foi possível fixar-se uma data que satisfizesse ambas as partes”.

A sueca de 16 anos, na origem de um movimento mundial de estudantes, que se uniram numa greve climática para pressionar a ação dos Governos em defesa do clima, recusou-se a viajar de avião, devido à poluição que provoca, e procurou uma alternativa ambientalmente sustentável. Para ir à ONU, sujeitou-se a uma travessia oceânica pouco confortável a bordo de um veleiro ecológico, equipado com painéis solares e turbinas submersas que geram eletricidade sem dióxido de carbono.

Uma vez chegada, repreendeu vivamente os líderes do mundo, lembrando-lhes que em condições normais, devia estar na escola, não ali. Depois da ONU, a adolescente sueca seguiu para outros lugares por via terrestre – comboio e automóvel elétrico.

A conferência da ONU sobre as alterações climáticas deveria realizar-se em Santiago do Chile no início do próximo mês, mas a reunião internacional foi transferida para Madrid, Espanha, por causa das manifestações populares. A conferência realiza-se entre 2 e 13 de dezembro e Greta já tinha pedido ajuda para ter transporte para a Europa. Esta terça-feira, a sueca anunciou no Twitter que arranjou uma “boleia” até Espanha.

Durante o próximo ano, Greta Thunberg vai fazer uma pausa nos estudos para continuar a consciencialização sobre as mudanças climáticas e pressionar os líderes mundiais a intensificar os esforços para conter o aquecimento global.

ZAP // Lusa

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