O novo Executivo para a próxima legislatura, que António Costa apresentou esta terça-feira ao Presidente da República, tem como chaves de governação o emprego e os salários, escreve este sábado o Expresso.
De acordo com o semanário, António Costa quer dar mais centralidade à Economia no próximo Governo, assumindo os salários e empregos como chaves governativas.
“Mais Siza e menos Centeno“, pediu o presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), João Vieira Lopes, durante uma reunião com empresários a 19 de setembro, recorda o jornal, dando conta que António Costa, face ao pedido, sorriu e confessou-se feliz por ter na sua equipa “dois pontas de lança”: Mário Centeno nas Finanças e Pedro Siza Vieira na Economia.
E António Costa parece ter respondido afirmativamente a este pedido: na lista que entregou a Marcelo Rebelo de Sousa na passada quinta-feira, promoveu Siza Vieira a número dois do Governo. Centeno, por sua vez, caiu de 4.º para 5.º na hierarquia do Governo. Ambos, recorde-se, são ministros de Estado. Augusto Santos Silva e Mariana Vieira da Silva também ganharam este título.
Segundo apurou o Expresso, os planos de António Costa estão em linha com os dos empresários. O secretário-geral do PS quer apostar na qualificação dos trabalhadores e no reforço dos salários num contexto em que os ventos externos são incertos e a escassez de mão de obra pode ser um problema para os empresários. “Centralidade é a Economia”, aponta o Expresso como slogan destes planos.
Estes planos implicam negociar na Concertação Social – quer o aumento do salário mínimo, como o nível geral das retribuições”, e propiciar mais rendimento disponível às famílias, que pode passar pelo alargamento de escalões do IRS.
No que respeita ao alargamento de escalões, o PS deixou a questão em aberto no seu programa eleitoral. Recentemente e em entrevista à agência Lusa, Mário Centeno voltou a abordar tema. O ministro das Finanças indicou que, do pacote de 400 milhões de euros disponíveis para redução de impostos fala-se, “em particular, do desagravamento do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)”, que deverá ser colocado em prática através do aumento dos escalões.
“A técnica fiscal é mais fácil de descrever e aproxima-se melhor com mais escalões. É essa a lógica que provavelmente guiará a decisão quando for colocada”, disse o ministro, adiantando que a “a ideia é que estes mais escalões beneficiem, em particular, aqueles trabalhadores que não foram particularmente beneficiados, nem com a eliminação da sobretaxa, nem com a última revisão dos escalões, que beneficiou particularmente os rendimentos muito baixos”.
Salários… que nós, privado, vamos pagar… enfim. A quadrilha continua.
Vira o disco e toca o mesmo, até à queda do governo, que não será longínqua.