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Pedrógão. Misericórdias juntam-se a processo sobre reconstrução de casas

Paulo Novais / Lusa

Joaquim Godinho, junto à sua nova casa praticamente pronta, reconstruída depois de ter sido destruída pelo incêndio de Pedrógão Grande, na aldeia de Vale Nogueira

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) vai ser assistente no processo crime sobre as irregularidades na reconstrução de casas em Pedrógão Grande. O Ministério Público alega que várias entidades foram enganadas por autarcas.

Há sensivelmente um ano, o Ministério Público abriu um inquérito para investigar alegadas irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017. Suspeita-se que meio milhão de euros de donativos destinados à reconstrução das infraestruturas tenham sido desviados para casas não prioritárias, ou seja, de segunda habitação.

Em alguns casos, pessoas mudaram a morada fiscal depois do incêndio de forma a conseguirem o apoio do Fundo REVITA ou de outras instituições, como a Cáritas, SIC Esperança, Cruz Vermelha, La Caixa, Gulbenkian ou Misericórdias.

De acordo com o que a TSF aferiu, a juntar-se à União de Misericórdias Portuguesas, está também a Cruz Vermelha Portuguesa. Ambas foram contactadas pelo Ministério Público e aceitaram ser assistentes no processo crime instaurado no ano passado.

O Fundo de Apoio às Populações e à Revitalização das Áreas Afetas pelos incêndios (REVITA) também está a fazer uma avaliação jurídica para perceberem se serão assistentes no processo, juntamente com as outras entidades.

“Temos de nos constituir como assistentes para acompanharmos o processo pois as recuperações que fizemos de casas foram feitas com dinheiro de doações dos portugueses, nomeadamente do famoso espetáculo Juntos por Todos no Meo Arena”, explicou Manuel Lemos, presidente da UMP.

Manuel Lemos diz que é necessário saber o que se passou em concreto, daí ter aceitado ser assistente. O líder das Misericórdias confessa ter ficado surpreendido com a acusação do MP ao presidente da Câmara de Pedrógão Grande e a um ex-vereador, apesar de “quem andava no terreno ir relatando coisas que corriam menos bem“.

Os assistentes do processo poderão oferecer provas, requerer diligências, interpor recursos de decisões que afetem a entidade ou participar no julgamento.

ZAP //

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