Em entrevista à Visão, Assunção Cristas admite que a posição assumida pelo CDS sobre a devolução do tempo de serviço aos professores prejudicou resultado do partido nas eleições europeias.
A presidente do CDS-PP admite, em entrevista à Visão, que “foi um erro” a posição do partido na questão da devolução do tempo de serviço congelado aos professores, que poderá ter contribuído para o fraco resultado nas europeias.
“[Nas europeias, o CDS] pode ter sido penalizado por muitas coisas. Também pode ter sido pela questão dos professores, onde a nossa mensagem não foi claramente percebida e, portanto, tenho de concluir que foi um erro porque não a conseguimos explicar. E se não a conseguimos explicar, não a poderíamos ter feito. Em política, é mesmo assim”, assume Assunção Cristas numa entrevista à revista Visão, que estará nas bancas esta quinta-feira.
A líder centrista assume a responsabilidade pela derrota nas europeias, realçando que “um líder é líder para o bem e para o mal” e insistindo que o voto do CDS ao lado do PCP, BE e PSD na questão dos professores “não podia existir”.
Cristas argumenta que, nas europeias de maio, “não havia como definir um objetivo inferior”, até porque o CDS tinha um eurodeputado e pretendia crescer, sobretudo depois do resultado de 21% alcançado em Lisboa nas autárquicas, que criou “uma dinâmica muito positiva”.
Quando questionada sobre os objetivos para as legislativas de 6 de outubro, a presidente do CDS não se compromete com qualquer resultado concreto, limitando-se a responder: “O resultado foi definido no congresso de 2018: queremos crescer. Quanto? Tudo aquilo que pudermos. Partimos de 6% em europeias e de 18 deputados. Se considerarmos que estamos a partir de 6%, dará para aí uns nove deputados…”
Depois de reafirmar que os centristas querem ser “parte de uma alternativa ao Governo socialista”, Assunção Cristas assume: “a dúvida é se partimos dos 18 deputados [das últimas legislativas] ou dos 6% [das europeias].”
“Crescer a partir dos 6% certamente que sim”, sublinha de seguida, na entrevista em que aproveita para garantir que, “de forma alguma”, se sente fragilizada ao ler os artigos em que já se apontam potenciais sucessores na liderança do partido.
Confrontada com a polémica iniciada com a sua pergunta ao primeiro-ministro no parlamento, se condenava a violência de moradores do Bairro da Jamaica contra a polícia, ao que António Costa questionou se era por causa da cor da pele que lhe estava a colocar a questão, responde agora na entrevista.
“Fiquei estupefacta com a intervenção do primeiro-ministro, que não tinha nada a ver com o que estávamos a falar. Eu estava com um tom particularmente tranquilo…O primeiro-ministro não faz uma afirmação daquelas sem ter sido pensada. Ele terá as suas razões, mas não acredito em espontaneidade naquele assunto”, afirma.
De resto, Cristas situa as divergências com Costa “no plano absolutamente político”. “Não tenho nada contra a pessoa António Costa, até o acho bastante simpático. Não tenho nenhuma questão pessoal com ele. Incomoda-me é que o debate, às vezes, não seja assente em factos e que as coisas sejam muito distantes da realidade do país”.
Na entrevista, a presidente do CDS distancia-se do novo partido liderado por André Ventura, recordando que já quebrou uma coligação em Loures por achar que “não era o caminho”, e vai mais longe: “Há posições do Chega que não me permitem enquadrá-lo na direita democrática e liberal”.
Esta posição surge depois de o então candidato e eurodeputado Nuno Melo ter considerado que o partido espanhol Vox não pode ser enquadrado na extrema-direita.
Assunção Cristas antecipa que o CDS terá no seu programa eleitoral propostas de baixa de impostos e mostra-se para discutir a limitação do mandato dos deputados à Assembleia da República.
ZAP // Lusa
Optar pelo populismo nunca foi boa opção…
Demita-se senhora, largue o tacho!
Esta mulher é toda ela um erro.