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Trump pisou solo da Coreia do Norte “para dizer olá” a Kim Jong-un. É o primeiro presidente americano a fazê-lo

Yonhap South Korea Out / EPA

Donald Trump tornou-se este domingo no primeiro presidente dos EUA a entrar em território norte-coreano, ao lado de Kim Jong-un. Os dois líderes tinham celebrado uma breve reunião, destinada a reativar o diálogo entre as duas Coreias.

Após o encontro, o chefe da Casa Branca chegou mesmo a passou a pé a linha de separação que marca a fronteira entre as duas Coreias na aldeia de Panmunjom, onde em 1953 foi assinado o armistício da guerra.

O presidente Kim Jong Un declarou que a breve visita de Trump ao território da Coreia do Norte melhora os laços entre os dois países.

“Quero apenas dizer que tenho uma grande honra em fazê-lo”, afirmou Trump, que convidou Kim para visitar os EUA “​quando for o tempo certo”​. “Passar esta linha é uma grande honra, grandes progressos foram alcançados, grandes amizades foram feitas e esta tem sido, em particular, uma grande amizade.”

Trump anunciou que os dois países vão organizar novas equipas de negociadores. Questionado pelos jornalistas se acreditava que os anteriores negociadores da Coreia do Norte estavam vivos, respondeu: “Penso que sim… Sei que um está vivo.”

Este foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países. “É um grande dia para o mundo”, disse Donald Trump depois de ter cumprimentado King Jong-un, cerca das 15h50 locais (07h50 em Lisboa).

Trump tinha dito no sábado que gostaria de atravessar a zona desmilitarizada e entrar na Coreia do Norte. “Claro, fazia-o, sentir-me-ia muito confortável fazendo isso, não tenho qualquer problema”, afirmou Trump ao ser questionado sobre o assunto durante uma conferência de imprensa no final da sua participação na cimeira do G20 em Osaka.

Algumas horas antes de iniciar uma visita de cerca de 24 horas à Coreia do Sul, Trump admitiu, através de uma mensagem no Twitter, a possibilidade de se encontrar durante “dois minutos” com o líder norte-coreano na fronteira que divide as duas Coreias. Logo que começou a conferência de imprensa final da cimeira do G20, Trump declarou: ”Acho que poderia reunir-me com o líder Kim (domingo)”.

Trump assegurou que o líder norte-coreano o “segue no Twitter” e que o sua equipa reagiu de forma “muito positiva” à sua proposta, mas não garantiu que o encontro se vá concretizar. “Contactaram-nos muito rapidamente e querem saber se podemos fazer alguma coisa, e não estamos a falar de uma reunião longa, apenas um cumprimento rápido”, disse Trump.

“Não lhe chamaremos uma cimeira, chamar-lhe-emos um aperto de mãos, se acontecer. Acredito que ele gostaria e a mim não me custa, porque amanhã vou estar na DMZ”, concluiu.

De inimigos a amigos

Em 2017 houve uma escalada de tensão entre EUA e Coreia do Norte, com esta última a testar uma série de mísseis balísticos, garantindo que os mais potentes têm capacidade para atingir território americano, inclusive cidades como Boston ou Nova Iorque.

Perante o sexto ensaio nuclear dos norte-coreanos, Trump subiu o tom, não hesitando mesmo em falar no botão nuclear. Enquanto Trump e Kim iam trocando insultos, o presidente da Coreia do Sul. Moon Jae-in ia tentando mediar a situação, impedindo que os receios de uma guerra se concretizassem.

Os primeiros resultados surgiram no discurso de ano novo de Kim, em janeiro de 2018, quando o líder norte-coreano estendeu a mão a Trump. A participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul foi um dos momentos de uma aproximação que culminaria com a cimeira entre Trump e Kim em junho de 2018.

Na cimeira de junho de 2018, Trump e Kim acordaram trabalhar para a desnuclearização da península coreana e para pôr um fim formal à guerra entre as duas Coreias. O conflito entre Norte e Sul, que durou de 1950 a 1953, terminou com a assinatura de um armistício mas sem um acordo de paz. Os dois voltaram a reunir-se em fevereiro, em Hanói, no Vietname. Mas a cimeira terminou sem qualquer acordo sobre o nuclear.

ZAP // Lusa

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