A Justiça portuguesa ainda não conseguiu notificar o milionário mexicano Carlos Slim, que foi já considerado um dos homens mais ricos dos mundo, avança a SIC Notícias esta terça-feira.
Carlos Slim, que tem negócios no setor das telecomunicações no México, deveria ser ouvido esta terça-feira à tarde no âmbito da instrução da Operação Marquês mas não foi possível, até agora, notificá-lo.
A inquirição foi pedida por carta rogatória enviada às autoridades mexicanas, e seria feita via Skype, contudo, e segundo apurou a SIC, o milionário não avançou ainda às autoridades portuguesas nenhum contacto para que a chamada fosse realizada.
O depoimento de Carlos Slim foi requerido por Zeinal Bava, depois de o Ministério Público ter acusado o antigo gestor da PT de ter convencido o mexicano a alinhar na estratégia de beneficiar o Grupo Espírito Santo na OPA da Sonae. Já Bava vai ser interrogado como arguido esta quarta-feira.
A Operação Marquês tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, que está acusado de 31 crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais. O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.
José Sócrates, que chegou a estar preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.
A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santos (GES) e na PT, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.
ZAP // Lusa