Os funcionários públicos vão ter um novo aumento do salário mínimo. O Programa de Estabilidade reserva 95,3 milhões de euros na despesa com pessoal para “outros fatores incluindo a evolução do número de trabalhadores, o aumento do salário mínimo e as valorizações remuneratórias.”
O documento não desagrega o valor concreto para cada uma das rubricas. A única referência explícita está na contratação de mais pessoal para a educação e saúde. De resto, desconhece-se que valores compõem este bolo reservado para os aumentos salariais na função pública.
O montante posto de lado para a “evolução do número de trabalhadores, o aumento do salário mínimo e as valorizações remuneratórias” vai subindo ao longo do exercício de projeção até 2023, sendo que atinge em 2022 a cifra mais elevada (386 milhões de euros), de acordo com o Dinheiro Vivo.
Contando todas as medidas de despesa com pessoal que constam do Programa de Estabilidade, entre 2019 e 2023, a fatura aumenta mais de 2,4 mil milhões de euros. Na conferência de imprensa de apresentação do documento, Mário Centeno referiu tratar-se de “crescimentos muito significativos”, idêntico ao da atual legislatura.
O ministro das Finanças reconheceu ao jornal que as “decisões que se tomem sobre carreiras, sobre recuperação do tempo, limitam os graus de liberdade que futuros governos terão sobre a matéria.”
O salário mínimo para os funcionários públicos foi aumentado este ano para 635 euros, distanciando-se, pela primeira vez, do setor privado que se ficou pelos 600 euros. No próximo ano será de novo aumentado, mas não se conhece o valor exato.
O montante é considerado “manifestamente insuficiente” por José Abraão, da Federação dos Sindicatos da Administração Pública, lembrando que “ainda é preciso resolver as injustiças com os assistentes técnicos, operacionais e os técnicos superiores.”
Na segunda-feira, na apresentação do PE, o ministro das Finanças afirmou que existem “graus de liberdade suficientes para que a evolução dos salários da administração pública, nos próximos quatro anos, retome a sua total normalidade.”
Para 2020 está também reservada uma fatia de 45 milhões de euros para as promoções, valor que fica 15 milhões abaixo do deste ano. A estes montantes junta-se os 482 milhões das progressões – inclui a contagem de 70% do tempo de serviço congelado.
Estas tretas de aumentar o salário mínimo por causa das eleições vão levar o pais à desgraça.
Não sou contra o aumento do salário mínimo (que mesmo que fosse o dobro não seria nada de especial), o problema é que vão aumentando o salário mínimo e os outros salários ficam iguais.
Temos neste momento, cargos de responsabilidade com pessoas muito formadas a ganhar pouco mais do que o salário mínimo… O que vai acontecer, as pessoas vai deixar de querer estudar, as formações vão perder valor (que já é pouco!) e os profissionais competentes vão acabar por decidir emigrar ou então deixar de se “chatear”. Como o meu caso em que tenho um colega que não faz nada e não se preocupa com nada e eu que estou envolvido em várias tarefas e projetos (trabalho mais que 40 horas) e só ganho mais 130€…
Ou passo a estar nas “tintas” para as minhas tarefas (que não sou assim, pois acredito que devo ser profissional e o melhor que posso) ou tenho que pensar em emigrar para um pais que saiba classificar as pessoas pelo seu mérito e não só por classificações da leis ou dos interesses políticos.
No final o pais vai acabar por perder!