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Marina Gross é a única americana que sabe o que Trump e Putin disseram (e os democratas querem ouvi-la)

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Heikki Saukkomaa / Lehtikuva Handout / EPA

A tradutora do Departamento de Estado norte-americano foi a única pessoa presente no encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin. Agora, os democratas querem ouvi-la.

Marina Gross é a tradutora do Departamento de Estado norte-americano e trabalha para o governo há, pelo menos, uma década. Pouco se sabe sobre esta mulher, além de ser uma das mulheres que a Câmara dos Representantes – agora liderada pelos democratas – mais quer ouvir.

Os democratas querem ouvir Gross porque foi ela a única norte-americana presente no encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin. Segundo a ABC News, a ideia de chamar Marina Gross não é de agora, mas, mais do que nunca, pode ser uma realidade.

Assim, os democratas em maioria na Câmara dos Representantes querem ouvi-la perante os comités dos Negócios Estrangeiros e de Segurança a fim de esclarecer o que foi falado à porta fechada, num encontro em que só participaram Donald Trump, Vladimir Putin, um tradutor da comitiva russa e, por último mas não menos importante, Marina Gross.

“Talvez seja algo sem precedentes intimar um tradutor a revelar os detalhes de uma reunião privada entre o Presidente e um outro líder. Mas as ações de Donald Trump também não têm precedentes no sentido de ameaçarem a nossa segurança nacional”, justificava Bill Pascrell Jr., o representante democrata no ano passado, quando surgiram as primeiras intenções de pedir uma audição de Gross.

De acordo com o Expresso, esta segunda-feira, advogados de ambos os comités encontraram-se para discutir as possibilidades legar para intimar a tradutora a depor. No entanto, chamar Gross a depor pode significar uma quebra no protocolo e dificultar a vida a futuras administrações em encontros diplomáticos.

Além disso, a equipa jurídica da Casa Branca pode sempre optar por construir uma argumentação de que o Presidente tem o privilégio diferente de ter um intérprete.

Para os democratas, tudo mudou esta semana, quando o The Washington Post publicou um artigo no qual dá conta de que Donald Trump fez questão de que não existisse qualquer nota do encontro que teve com Putin em Hamburgo, na Alemanha. Segundo o jornal norte-americano, Trump terá destruído as notas que Gross tirou ao longo da reunião.

“Isto levanta uma série de novas questões. Estamos a tentar compreender as implicações legais e a estudar as nossas opções”, assegurou um representante democrata á ABC.

O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin aconteceu à margem da cimeira do G20 e terá sido aí que o Presidente dos EUA terá recolhido as notas de Gross. No entanto, segundo o Whashington Post, há um padrão de comportamento: em todas as reuniões entre os dois líderes, Trump exige que não existam registos daquilo que foi conversado.

ZAP //

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