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Greve pode atrasar ano letivo. Férias dos professores em risco

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A greve dos professores está a atrasar o lançamento das avaliações, mas pode também complicar o arranque do próximo ano letivo. Como as avaliações ainda não foram realizadas, não é possível avançar para os processos de matrículas e constituição de turmas. 

“Teoricamente, a maior parte dos docentes vai de férias a 20 de julho. Se o processo de avaliações não estiver concluído, duvido que as escolas deixem os professores ir de férias. Vamos ter uma enorme quantidade de docentes a reclamar que lhes paguem as férias”, disse Manuel António Pereira, presidente da direção da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), em declarações ao Diário de Notícias.

Segundo o presidente, há, neste momento, “muito trabalho em standby à espera que se conclua este ano letivo”. Por esta altura, sustenta, “o processo de preparação do próximo ano letivo devia estar adiantado, mas há áreas em que está muito atrasado”.

Manuel Pereira alerta ainda que sem o processo de avaliação estar concluído, “não se pode avançar com as matrículas, a constituição de turmas ou a definição do número de professores que vai ser preciso. Funciona tudo em cadeia“.

O presidente da ANDE confessa estar “muito preocupado”, porque “embora o ano letivo até possa começar na data prevista, há um longo caminho a percorrer e, neste momento, está tudo parado”. Ressalva, no entanto, que “a situação não é catastrófica, porque é sempre possível recuperar à custa do trabalho de pessoas que não vão de férias”.

Por tudo isto, Manuel Pereira considera que “é preciso que o Ministério da Educação encontre uma ponte de entendimento com os sindicatos e as escolas, para que o ano letivo possa ser preparado com paz e tranquilidade, o que não está a acontecer”.

Foram na quinta-feira anunciados os resultados do inquérito que os sindicatos distribuíram pelos professores. 97% dos docentes garante não abdicar da contagem total do tempo de serviço em que a carreira esteve congelada. 70% entende que que é tempo de voltar à mesa de negociação com o Governo.

O inquérito decorreu nos últimos quatro dias, online e nas escolas, tendo participado 50.738 professores. Está marcado para a próximo dia 11 de julho um encontro entre o Ministério e as organizações sindicais.

Tal como os professores, a atitude do Ministério continua irredutível. Numa convocatória enviada esta semana, o Governo propõe a contagem de dois anos, dez meses e 18 dias – uma contabilização muito aquém da pretendida pelos professores.

ZAP //

10 Comments

    • Horas extraordinárias?!!! Isso não existe nos recibos de vencimentos dos profs.! Devia existir, devia! Mas não… Nem se conseguem contabilizar!

    • Golpe é fazerem muitas horas extras e não serem minimamente remunerados ou valorizados. Golpe é sermos sempre as cobaias de sucessivos governos e políticas educativas totalmente alheadas da realidade… Golpe é muitos políticos se reformarem aos 50 com autênticas fortunas e sem terem contribuído para ninguém sem ser o seu bolso! Mas é da cor do meu partido, aí está tudo bem, certo?

  1. Como se sentirão os professores não comunas que estão a ser usados pelos comunas contra o governo e que sabem que logo que passe a azia aos comunas serão esquecidas as reivindicações e muito bem congeladas para voltarem a ser descongeladas quando os comunas delas necessitarem para usarem como arma de arremesso e chantagem.

    • Deixem-se de politiquices estúpidas. Não somos marionetas de ninguém. Onde se admite quererem passar uma borracha sobre mais de 7 anos de trabalho? Inadmissível! Se fosse consigo!?! Vergonha!!!

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