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97% dos professores exige a contagem total do tempo de serviço

*Bloco / Flickr

Os professores decidiram: 97% dos docentes garante não abdicar da contagem total do tempo de serviço em que a carreira esteve congelada. 70% entende que que é tempo de voltar à mesa de negociação com o Governo.

Os professores querem negociar com o Governo, mas recusam-se a abrir mão da contagem total dos anos de serviço. Estes são os dados principais do referendo distribuído pelas dez organizações sindicais, no qual se questionava os professores: “Concorda com a posição dos sindicatos de exigência de recuperação total do tempo de serviço congelado (9 anos, 4 meses e 2 dias)?”

97% dos docentes não abdica do tempo total de serviços (…) os professores estão com os seus sindicatos e é neles que se revêm, mas mais do que se reverem vieram confirmar que estão com sindicatos e com as posições que estes têm assumido”, disse o líder sindical da Fenprof, Mário Nogueira.

A reposta foi unânime. 97% dos inquiridos responderam que sim, ou seja, mais de 48 mil professores. A mesma percentagem admite ainda que este pagamento seja realizado de forma faseada, de forma a não prejudicar as contas públicas, de acordo com o Expresso.

Relativamente à greve das avaliações que decorre desde o início do mês, o inquérito revelou que cerca de 70% dos professores ouvidos quer acabar imediatamente com o protesto. A maioria dos professores (62,1%) considerou ainda que a forma mais eficiente de luta seria uma manifestação nacional no próximo dia 5 de outubro, dia mundial do professor.

Mário Nogueira revelou que o inquérito decorreu durante quatro dias e o número de respostas recolhidas neste período “superou as expectativas”. “A consulta vem confirmar que os professores estão com os seus sindicatos”, acrescentou o líder sindical.

O líder sindical referiu ainda esta quarta-feira que a greve dos professores impediu a realização de 95,4% das reuniões de ensino básico e secundário, no que qualificou como uma “adesão tremenda e fortíssima”, considerou.

O inquérito decorreu nos últimos quatro dias, online e nas escolas, tendo participado 50.738 professores. Está marcado para a próximo dia 11 de julho um encontro entre o Ministério e as organizações sindicais.

Tal como os professores, a atitude do Ministério continua irredutível. Numa convocatória enviada esta semana, o Governo propõe a contagem de dois anos, dez meses e 18 dias – uma contabilização muito aquém da pretendida pelos professores.

O Ministério disse que a proposta se tratava de uma “demonstração de boa-fé”, mas a Fenprof antecipou um “mau sinal”. Esta convocatória surgiu após os professores manifestarem total disponibilidade para voltar às negociações.

ZAP // Lusa

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