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Marcelo manda recado à Esquerda para que aprove o Orçamento

Tiago Petinga / Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa quer evitar cenários de “ruído ou crise”. Por isso, pediu aos agentes políticos que garantissem estabilidade.

Caso o Orçamento de Estado para 2019 não seja aprovado, haverá uma crise político, isto é, eleições antecipadas. Esta não é a primeira vez que o Presidente da República alerta para este problema.

Em jeito de balanço do primeiro semestre e antevisão do segundo, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a insistir no assunto, desta vez com um recado para o Bloco, PCP e PEV. São estes partidos que devem garantir a estabilidade e aprovar as contas do próximo ano, apesar de ser um ano eleitoral, avança o Público.

O óbvio é que a atual fórmula governativa vote o Orçamento do Estado, assim mostrando que é capaz de durar uma legislatura e de se constituir como uma das soluções alternativas sólidas para Portugal”, disse Marcelo numa intervenção na cerimónia de comemoração do 184º aniversário da Confederação das Câmaras de Comércio e Indústria.

Marcelo considera que a não aprovação do Orçamento são “cenários” que acrescentam “ruído” ou “crise”.

O facto de para o ano haver eleições europeias (em maio) e eleições legislativas (em outubro) faz com que o confronto eleitoral se possa intensificar. Ainda assim, o Presidente reforçou que exige “estabilidade política” até ao fim da legislatura.

Marcelo Rebelo de Sousa espera assim que “esse confronto não crie fatores também eles imprevisíveis ou mesmo inexequíveis para a trajetória orçamental em curso”.

“O tempo que vivemos na Europa e no mundo exige cautela acrescida”, alerta, afirmando estar a fazer tudo para “reduzir crispações, incutir confiança interna e externa e garantir estabilidade sempre, atenuando incertezas, ruídos ou nevoeiros que possam toldar a visão estratégica”.

O Presidente da República defende que este é um “esforço que tem de ser de todos“.

Assim, Marcelo responsabiliza os partidos à esquerda do PS. “Perante as incógnitas esboçadas no plano mundial e europeu, cuja solução não depende de nós e os passos já esboçados são preocupantes, acrescentar crise ao que é largamente imprevisível é uma má ideia. Já nos bastam as dúvidas vindas da situação externa. Para quê criarmos cenários que as agravem desnecessariamente?”, questiona.

Durante a sua intervenção, o Presidente lançou ainda mais recados aos comunistas, bloquistas e Verdes, quando elogiou o acordo de concertação social assinado pelos patrões e pela UGT e criticado por aqueles três partidos.

O balanço sobre a situação interna é “claramente positivo” quanto à execução orçamental do primeiro semestre, na opinião de Marcelo. No entanto, é também “um juízo bastante prudente e preocupado quanto ao contexto externo”.

Por isso, deixou o seu conselho: “O que os agentes políticos podem e devem fazer é evitar o grau de incerteza, de imprevisibilidade e portanto de risco de novas crises”.

ZAP //

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