O presidente de França, Emmanuel Macron, confirmou que vai restabelecer um serviço militar obrigatório no país, tal como tinha anunciado na campanha eleitoral, quando disse que este duraria um mês.
Sem dar detalhes sobre este projeto, num discurso perante militares na base naval de Toulon, no sudeste do país, Macron afirmou que o chamado “serviço nacional universal” terá um orçamento próprio e que a sua implementação corresponderá a vários ministérios.
Desta forma, o presidente dissipou as dúvidas que tinham surgido sobre uma ideia que esboçou durante a campanha eleitoral do ano passado, mas que parecia deixada de lado após a sua chegada ao Palácio do Eliseu.
Macron não detalhou os elementos deste projeto que, originalmente, deveria abranger todos os jovens durante um mês.
O presidente francês limitou-se a assegurar que o financiamento desse serviço obrigatório não afetará o orçamento de Defesa, que considerou “inédito” em 2018, com um aumento de 1,8% comparativamente com o do ano anterior, até 34,2 mil milhões de euros.
Convencido da necessidade de reforçar a Defesa francesa, Macron reiterou a sua vontade de aumentar o seu orçamento anualmente em 1,7 mil milhões até 2022 e em 3 mil milhões no ano seguinte, para que em 2025 represente 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O presidente assegurou que as forças armadas serão modernizadas, em particular o sistema de dissuasão nuclear e os serviços de informação militar, ao mesmo tempo em que preconizou uma maior cooperação com os demais países da União Europeia.
Neste sentido, Macron garantiu que o exército francês é “cada vez mais uma referência” no âmbito continental e considerou “imprescindível” a colaboração com a Alemanha e “essencial, apesar do ‘Brexit’, com o Reino Unido”, o outro país europeu que possui armas nucleares.
O discurso presidencial de ano novo às forças armadas era muito esperado depois de o ex-chefe do Estado-Maior, Pierre de Villiers, renunciar em julho do ano passado por temer cortes no orçamento militar.
Posteriormente, o general escreveu um livro muito crítico para com Macron que se tornou um grande sucesso de vendas e um dos pontos que prejudicaram a sua popularidade.
// EFE