Chefe do Estado-maior das Forças Armadas francesas demitiu-se em protesto contra Macron

Julien de Rosa / EPA

Pierre de Villiers, chefe de Estado-maior das Forças Armadas francesas e Emmanuel Macron, presidente francês

Pierre de Villiers apresentou a sua demissão do cargo de chefe de Estado-Maior das Forças Armadas francesas, em protesto contra os cortes orçamentais que Emmanuel Macron impôs. Villiers considera não ser mais capaz de garantir a sustentabilidade do modelo de Exército em que acredita.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas, setor que sofreu um corte orçamental imposto pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta quarta-feira a sua demissão.

Em comunicado enviado à agência France Presse, Pierre de Villiers considera não ser mais capaz de garantir a sustentabilidade do modelo de Exército em que acredita “para assegurar a segurança da França e dos franceses” e apoiar “as ambições do país”.

Pierre de Villiers diz ainda que apresentou o seu pedido de demissão ao Chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que a aceitou. O Presidente francês já tinha criticado o oficial superior pelos comentários feitos ao orçamento do Exército.

A manutenção ou não do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas tem agitado o Exército nos últimos dias, com o Presidente francês a multiplicar os apelos à ordem, depois das críticas de Villiers aos cortes anunciados para o orçamento da Defesa.

“Sempre pretendi, desde a minha nomeação, manter um modelo de Exército que garantisse a coerência entre as ameaças que pesam sobre a França e sobre a Europa, as missões das Forças Armadas, que não param de aumentar, e os recursos e orçamento necessários”, declarou o general Villiers, recordando que assumiu todas as responsabilidades do cargo durante três anos e meio.

“No mais estrito respeito pela lealdade, que nunca deixou de ser o alicerce da minha relação com a autoridade política e a representação nacional, senti que era meu dever partilhar as minhas reservas em várias ocasiões, em particular, com total transparência e verdade”, acrescentou.

ZAP //

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