A autópsia feita às oito vítimas mortais do incêndio numa Associação Recreativa em Vila Nova da Rainha, em Tondela, revelaram que nenhum dos oito mortos foi vítima direta do incêndio.
Foi o pânico que acabou por ditar uma sentença de morte às oito pessoas que morreram no incêndio de sábado à noite em Tondela.
De acordo com a autópsia feita aos oito corpos, seis das oito vítimas mortais morreram sufocadas pelos corpos que por cima se amontoaram e as outras duas foram vítimas de fraturas ao nível do pescoço, tendo em conta a violência empregue na tentativa de fuga de todos os que se encontravam dentro do espaço.
O Correio da Manhã revela que as autópsias “não deixam dúvidas” e quem se salvou foi quem ficou por cima no amontoado de corpos gerado pelo pânico da fuga, ou quem ficou para o fim, escapando com queimaduras ou intoxicados, mas com vida.
Maioria das associações recreativas estão isentas de licenças e vistorias
Segundo o Diário de Notícias, que cita o perito Marco Miguel, formador na APSEI (Associação Portuguesa de Segurança) e consultor de segurança contra incêndios em edifícios, “as vistorias nesta área, que são da competência da Autoridade Nacional de Proteção Civil, não são obrigatórias”.
“Até ao atual regime de segurança contra incêndios, que é de 2008 mas foi atualizado em 2015, as obras destas associações recreativas estavam isentas de licenciamento. Com o Simplex, no processo de licenciamento basta um técnico ou o diretor técnico da obra assumir que esta cumpre os regulamentos para já não se realizar a vistoria”, explica o perito.
Como adianta o perito da APSEI, a “competência para realizar as inspeções regulares ao local é apenas da ANPC ou de entidades devidamente credenciadas por esta, mas as câmaras podem sempre, por desconfiança de existirem equipamentos não conformes com a lei, exigir uma vistoria de segurança”, precisa Marco Miguel.
No entanto, nenhuma das exigências foi feita às instalações da associação em questão.
A Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Telha, em Tondela, tinha “duas portas de saída que abriam para dentro e um teto falso em poliuretano expandido, material altamente inflamável”, denuncia António Carvalho, consultor de seguradoras no risco de incêndio em edifício.
O ex-inspetor da Polícia Judiciária acrescenta que as sociedades recreativas, na generalidade, “são como fundos de caridade, dispensadas de licenciamento e de vistorias”.
“Ninguém teria morrido no sábado na associação de Tondela se as portas fossem de segurança e, de acordo com o que está previsto para espaços públicos, abrissem para fora e tivessem a barra de pânico (que faz com que a porta abra com o peso da pessoa)”.
Para António Carvalho, para o fogo se ter propagado daquela maneira é porque houve “fuga na tubagem de uma salamandra e com a acumulação de gases junto ao teto estes é que se inflamaram”.
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Foi o incêndio que vitimou aquela pobre gente mas não foi o fogo. O título está incorreto, é preciso ter atenção á formulação das ideias quando se constroiem os títulos, erro comum nos novos médias.
Caro Miguel,
Obrigado pelo reparo. Está corrigido.
Caro Miguel.
Não é “á” mas sim “à”. De igual modo, “constroiem” não existe. Queria, obviamente, referir “constroem”.
Como refere, e bem, é preciso ter atenção à formulação das ideias e, acrescentamos nós, à sua correta expressão.
Cada uma!…
Não referiram se está escrito segundo o novo acordo ortográfico!!!