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3 meses depois, ainda ninguém sabe como morreu estudante “torturado” na Coreia

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(dv) KNS / KCNA

O estudante norte-americano Otto Warmbier, de 22 anos, detido em 2016 pela Coreia do Norte

A médica legista que examinou o corpo de Otto Warmbier não confirma as denuncias de tortura feitas pelos pais do estudante e diz que não detetou nenhum sinal claro de que o jovem tenha sido torturado.

Segundo o Expresso, os pais do estudante detido na Coreia do Norte depois de ter roubado um poster de propaganda num hotel da capital em 2016 denuncia “tortura sistemática”.

Fred e Cindy Warmbier denunciam que quando o jovem chegou aos EUA em coma, “contorcia-se violentamente” e produzia “sons inumanos”, além de ter as pernas e os braços “completamente deformados“, uma cicatriz na planta de um dos pés de uma ferida que parecia já ter algum tempo e a dentição inferior dava a entender que “alguém usou um alicate” para mudar os dentes de sítio.

“O Otto foi sistematicamente torturado e intencionalmente ferido por Kim Jong-un e o seu regime”, garantiu o pai do estudante.

O jovem morreu a 19 de junho deste anos, já depois de ter sido libertado por Pyongyang por “motivos humanitários”, alegou a Coreia do Norte.

Passados mais de 3 meses da sua morte, as causas continuam por apurar, com os médicos legistas a não saber explicar as lesões do estudante.

A médica legista contraria a versão dos pais e disse, numa entrevista na terça-feira à noite, que não se sabe “o que lhe aconteceu e essa é a verdade”. Lakshmi Sammarco garante que o jovem morreu por falta de oxigénio no cérebro e que não detetou “quaisquer sinais óbvios de tortura”.

“Senti-me muito confortável com o facto de não haver qualquer prova de trauma” nos dentes do estudante, acrescentou a médica; as únicas marcas detetadas no seu corpo foram pequenas cicatrizes, incluindo num dos pés – uma delas ainda está por explicar.

Além disso, o corpo de Otto e a sua pele estavam em “excelente condição” para alguém que esteve acamado durante mais de um ano. As conclusões da médica legista, à cabeça que o estudante morreu por falta de oxigénio no sangue e no cérebro causada por um ferimento com mais de um ano, tiveram por base um exame externo ao corpo e raios-X, já que os seus pais recusaram que lhe fosse feita uma autópsia.

Os espamos musculares, movimentos dos olhos e barulhos potencialmente “inumanos” são sintomas consistentes com a deprivação de oxigénio, explicou na quarta-feira Sammarco.

ZAP //

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