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Meco: famílias dos jovens que morreram esperam explicações do sobrevivente

Nosleeper / Flickr

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Familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco (Sesimbra) em dezembro do ano passado apelaram hoje para que o único sobrevivente esclareça as famílias das vítimas sobre as circunstâncias em que ocorreu a tragédia.

“Gostaríamos que houvesse uma comunicação da parte do sobrevivente, no sentido de sabermos exatamente o que se passou naquela noite porque, até agora, nós não sabemos de nada”, disse aos jornalistas Carla Rocheta, prima de Joana Barroso, de Santiago do Cacém, que integrava o grupo de jovens alunos da Universidade Lusófona que perderam a vida na praia do Meco.

“Compreendo que ele possa estar psicologicamente afetado“, afirmou Carla, acrescentando no entanto que gostaria que o rapaz “viesse dizer alguma coisa às famílias, para, de certa forma, atenuarem a dor e poderem perceber o que se passou naquela noite”.

Ritual de praxe?

João Gouveia, o único jovem sobrevivente, era Dux da Praxe da Universidade Lusófona, ou seja, aquele com mais poder na hierarquia. Tudo indica que o acidente tenha acontecido durante uma espécie de ritual praxístico, já que os seis estudantes iam trajados e pertenciam à Comissão Oficial das Praxes Académicas da Lusófona, para além de terem deixado os telemóveis na casa alugada e terem percorrido vários quilómetros a pé até chegar à praia.

O problema agora é o secretismo não apenas de João, mas de outros estudantes da praxe da Lusófona que, de acordo com os relatos de jornalistas na cerimónia, estão a par do que se passou naquela noite mas também não revelam pormenores, num aparente acordo coletivo.

O pai de Ana Catarina, outra jovem que também morreu na praia do Meco, não quis prestar declarações aos jornalistas, mas revelou que familiares de uma das seis vítimas solicitaram ao Ministério Público que fosse feita uma inquirição do único sobrevivente.

Homenagem aos seis jovens

Centenas de pessoas assistiram à homenagem aos seis jovens, que começou com uma missa e prosseguiu com uma homenagem pela tuna académica da Universidade Lusófona de Lisboa, perto do local da tragédia.

 

Vítimas confirmadas:
Tiago André Campos (21, Comunicação Aplicada)
Joana Barroso (22, Serviço Social)
Catarina Soares (22)
Carina Sanchez (23, Design de Comunicação)
Andreia Revéz (21, Engenharia)
Pedro Tito Negrão (24, Gestão)

Sobrevivente:
João Miguel Gouveia (23)

Os seis jovens que morreram faziam parte de um grupo de sete estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona para passar o fim-de-semana. Segundo as autoridades, uma onda arrastou-nos na madrugada de 15 de Dezembro, mas um dos universitários conseguiu sobreviver.

Os corpos dos restantes foram encontrados nos dias seguintes.

/Lusa

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