Taiguara Rodrigo dos Santos, sobrinho de Lula da Silva, é o mais recente nome envolvido nas investigações em torno de José Sócrates. O empresário terá recebido comissões milionárias, no âmbito de negócios em Angola.
A Autoridade Tributária estará a investigar comissões da ordem dos 14 milhões de euros pagas às empresas Exergia, que tem como um dos sócios o sobrinho de Lula, e à XLM de Carlos Santos Silva, noticia o Correio da Manhã.
No âmbito das investigações da Operação Marquês, suspeita-se que a XLM seria usada por Carlos Santos Silva para fazer chegar dinheiro a José Sócrates.
A Exergia terá recebido 11 mihões de euros em comissões, no âmbito de obras numa estrada em Angola, orçadas em 230 milhões de euros, num projecto ganho pelo Grupo Lena, onde o seu principal administrador, Joaquim Barroca, também é arguido na Operação Marquês.
A empresa do sobrinho de Lula também é suspeita no âmbito da operação Lava Jacto, onde a justiça brasileira suspeita que recebeu pagamentos ilícitos da Odebrecht, nomeadamente no âmbito de negócios em Angola.
A amizade entre Lula da Silva e José Sócrates é conhecida e é nesse âmbito que surgem suspeitas em torno dos dois ex-governantes nos processos Lava Jacto e Operação Marquês.
No Brasil, diz-se mesmo que a Odebrecht, a empresa brasileiro no centro do caso na justiça do outro lado do Atlântico, é a bomba atómica que pode tramar Lula e Sócrates.
A XLM terá recebido, por seu turno, comissões de três milhões de euros, entre 2009 e 2012, suspeitando-se que este dinheiro teria como reais destinatários Santos Silva e Sócrates.
O Correio da Manhã cita um relatório da Autoridade Tributária onde se realça que “os arguidos Joaquim Barroca [administrador do Grupo Lena] e Carlos Santos Silva resolveram simular a produção de novos contratos, de forma a justificarem a realização de novos pagamentos a favor da sociedade XLM, com o mesmo fim de permitir a remuneração encoberta do arguido Carlos Santos Silva e a atribuição, seja por pagamentos seja pelo assumir de despesas, de vantagens a pessoas conexas com o arguido José Sócrates”.
ZAP